A primavera aqui por essas bandas demorou para chegar. Ouvi nos noticiários por aí que está sendo a primavera mais fria dos últimos cento e poucos anos. Mais de um século ... foi só eu chegar por aqui para o frio - que tanto detesto - resolver ficar mais do que deveria.
Mas, finalmente, o sol e o calor deram as caras. E, depois de longos meses com a casa completamente fechada, pude abrir janelas e portas e ter aquela sensação boa de uma brisa entrando por casa num dia de calor.
Sigo de "castigo" por conta do rosto. Saindo menos do que gostaria. Tenho fugido ao máximo do sol, mas gosto do calor. De andar de bermuda e camiseta, com as pernas de fora, os braços livres e, se possível, pés descalços.
Pois bem ... dia desses, pela manhã, abri praticamente todas as janelas e portas da casa. Estava na cozinha fazendo algo na bancada quando, de repente, cabeça voando longe, sinto que passa algo encostando em minhas pernas.
Tive a sensação nítida de como se um gato tivesse passado por mim. Tudo muito normal, se não fosse o simples fato de que não temos animal doméstico.
Demorei para me dar conta do que estava acontecendo.
Uma pomba, mescladinha de branco e negro, havia entrado dentro de casa. Provavelmente ela não tinha nada mais pra fazer e resolveu me visitar.
Entrou pela porta da cozinha, toda tranquila e poderosa. Passou nada discreta entre minhas pernas e foi da cozinha em direção a sala. Chegou na sala, fez o reconhecimento de cada lugarzinho, passeou pra lá e pra cá. De vez em quando me olhava com cara de "não vai me oferecer uma água?". E eu olhava pra ela com cara de "não tô acreditando nisso!".
Da sala (que estava com todas as portas e janelas abertas) resolveu fazer o reconhecimento de um dos quartos. Seguiu nada espaventosa, tranquilona, como se tivesse sido convidada para a visita.
Entrou no quarto, deu uma paradinha, olhou pra trás para se certificar de que eu estava ali. Deu uma volta em todo o quarto. Como fiquei parada na porta, então, ela resolveu sair pela porta que dava para a sacada.
Porém, a porta estava fechada. Havia deixado somente a janela aberta.
Foi uma tortura! A burra da pomba queria porque queria sair pela porta. Aonde já se viu uma pomba educada feito ela saindo por janelas? Batia no vidro e voltava. Asas espaventadas, tentou por umas 5 vezes seguidas sair pela porta fechada.
Resolvi fechar a porta do quarto. A pomba estava nervosa e, naquelas alturas, já estava me dando medo.
- "Tu que te rale!", falei.
Quando finalmente se acalmou, abri a porta do quarto.
A pombinha estava mais tranquila (ou talvez cansada, tadinha!). Me olhou de novo com cara de "podia ter deixado essa droga de porta aberta!".
Lentamente fui me dirigindo em sua direção, a fim de que a levasse o mais próximo possível da janela (que estava com os vidros abertos).
Finalmente, então, ela tentou sair pela janela. Bateu asas e voou.
Mas não foi pra muito longe. Ficou na grade da sacada, me olhando com cara de "não volto nunca mais na sua casa. Fui muito maltratada!". Fez alguns segundos de caminhada pela grade da sacada até que resolveu visitar outro lugar.
Eu não dava crédito para o que acabara de acontecer.
- "Pombinha desaforada!", falei em tom alto.
Saí fechando tudo quanto era janela, por "si acaso" a danada da visita impertinente quisesse voltar.
Ainda tremendo do susto, fui limpar as "lembranças indesejadas" que a danada deixou na sala e no quarto: cagou bem no meio da sala e na porta do quarto. Talvez como maneira de dizer:
- "Tava aí sozinha, vim fazer companhia e me trata assim. Toma cocô pra ti!".
Eu, hein?!
Tadinha da pombinha.... Quando Pequena tinha uma branquinha. Quando voltava do Colégio ela me esperava no telhado da casa e ao me vêr voava até pousar no meu ombro e vinhamos embora para casa...
ResponderExcluirSério, amiga? A minha visita parecia ser mansinha. De fato, o que mais me chamou a atenção foi que ela "se sentiu em casa" :)
ResponderExcluirBjos!