Vem 2021, que eu não tenho medo!

 Se tem uma coisa que não mudou nadinha desde o post anterior e que aliás está sendo presença constante nestes últimos meses do ano, tem sido a falta de vontade de aparecer por aqui. Falta ânimo, falta criatividade, falta inspiração.

Mas como esse nosso blog é lido por tanta gente querida e, sobretudo, é meu registro para Pequeno, acordei cedinho hoje com a cabeça fervilhando de palavras para aqui ficarem registradas. Apesar dos pesares, 2020 não pode acabar assim em branco.

Se tem uma coisa que 2020 me ensinou foi a reconhecer e respeitar meus limites: se eu não quero, não quero e pronto. Não sou obrigada. Não estou disposta. E pronto! Assim de simples e sem culpa nenhuma. Rebelde. Sim, fui muito rebelde neste ano.

2020 foi o ano do cansaço. Principalmente do mental. Cansei. Tinha (e ainda tem) dias em que me sentia exausta. E não é uma dor fisica. Não é o músculo que dói. É uma sensação estranha e diferente. A cabeça que não se organiza, o coração que palpita.

2020 foi o ano de tocar o fundo do poço. Foi o ano de parar horas e horas na frente do espelho vendo todas as nossas imperfeições. E não estou falando daquelas físicas não. Nossos fantasmas nos fizeram companhia e foi (e ainda é) bem difícil lutar contra eles. Mas também foi libertador descobrir que o fundo do poço era o mais profundo que poderia chegar. E, uma vez estando lá, descobri que nem era tão ruim assim. Ali me descobri, me reconheci e defini para onde queria seguir. Foi libertador bater o pé no fundinho dele para pegar impulso e voltar para borda.

2020 também foi o ano da gratidão. Eu já era grata por todas as coisas lindas e importantes da minha vida. Mas neste ano, mais do que em qualquer outro momento, agradeci muito ao Universo pela família que construí. Com certeza fez toda a diferença compartilhar esse momento com os meus dois Nicola's.

Pequeno foi um parceirão. Claro que discutimos como nunca (porque se não fosse pouco viver uma pandemia, estou vivendo a experiência de ser mãe de adolescente. Se-nhor!) mas foi muito bom tê-lo como filho, como companheiro de dia-a-dia. Ele trouxe leveza através do seu olhar tão otimista. "Vai ficar tudo bem!", repetia com muita frequencia, com a certeza que só pessoas especiais como ele tem. Ele trouxe sorriso, piada e muito carinho. Que menino carinhoso! Sempre disposto a dar um beijo, um abraço (os que ele mais prefere são os "abraços de família"). Ele foi a minha necessidade de ser forte. Por ele não deixei a peteca cair. Foi minha inspiração para buscar sabe-se lá onde a força necessária para seguir em frente. E hoje reconheço que em alguns dias (muitos deles) não foi fácil.

E aqui entra o meu segundo pilar: o meu outro Nicola. O Nicolão, Nicola Sênior, meu amore. Eu sempre tive a certeza de querer compartilhar com ele a minha vida (se possível uma looooonga vida). Se tem uma pessoa que fez toda a diferença pra mim nesse 20-20, foi ele.

Eu amei passar 24 horas/dia com ele, 7 dias/semana. Que delícia acordar e vê-lo bem sentadinho no  seu "home office". Quase sempre super ocupado em tarefas e ligações. Mas abrir a porta devagarzinho e simplesmente dar um tchauzinho era um daqueles momentos onde fechava os olhos e mentalizava: obrigada, Universo!

Compartilhamos tantos sentimentos, tantos medos, tantas angústias. Até chorar juntos choramos :) hoje lembro daquele dia com um sorriso no rosto, mas confesso que naquele momento foi quase desesperador. Eu tinha certeza de que acontecesse o que acontecesse, eu estava segura porque ele estava do meu lado. Neste ano tive a certeza de que independentemente da situação, se eu não tiver pra onde correr ou onde me agarrar, basta segurar na mão dele e ali vou encontrar a calma e paz necessárias. Obrigada, Amore! Obrigada por seguir sendo meu melhor companheiro de viagem! TI AMO!

2020 também foi o ano da saudade. Mas daquela dilacerante. A saudade misturada com a incerteza. A saudade antecipada pelo reencontro que não iria acontecer. A saudade dos planos que não dariam certo. Saudade dos beijos e abraços não dados. Saudade dos momentos não vividos. Aquela parte em que a saudade se mistura com a nostalgia.

Mas a maior delas: saudade dos meus pais. Foi o ano em que minha mãe aprendeu, finalmente, a usar o WhatsApp. Quantas risadas demos juntas! Quantas raivas pela internet que trancava. E quanto aconchego ela me deu. Vários foram os dias em que precisei "fazer de conta" de que estava tudo bem. E me certifiquei de que se tem uma coisa que faço muito mal é mentir. Minha mãe percebia e fazia o possível para me animar. Como foi importante esse nosso contato diário! Meu pai não gosta muito de videochamadas. Assim como minha sogra, ele diz que "aumenta a saudade". E quer saber? Eu concordo. Dava mais vontade de estar ali junto, tomando café ou almoçando com eles, ou deitada no sofá batendo papo. Acredite se quiser, cheguei a sentir cheiro dos bolos da minha mãe ou o perfume da loção pós barba do meu pai enquanto  através da tela do celular, o via cortando a barba. Tá aí um motivo de felicidade desse 2020. Porque, óbvio, nem tudo foi negativo.

Eu aprendi a apreciar ainda mais as coisas simples do dia-a-dia. Apreciar as paisagens das janelas de minha casa e ver beleza nelas, diariamente. Aprendi a valorizar ainda mais as outras paisagens. Como foi bom e importante nossa pequena viagem de férias no meio do ano.

Também confirmei a certeza que já tinha: que para estarmos comodos basta pouco e que a nossa felicidade näo depende de quantidade, mas sim de qualidade.

2020 também foi um ano especial por todas as pessoas que me reaproximei. Aqui vai o meu muito obrigada para todos os amigos que moram longe e que se fizeram presente, que se preocuparam conosco. Tanta gente legal que se preocupou em mandar notícias, "trocar figurinhas" de ideias e pensamentos, tanta gente que me mandou livro para ler na quarentena (e que acabou congestionando meu celular). Agradeço do fundo do meu coração, principalmente porque não fui capaz de ser assim tão presente na vida de vocês o quanto gostaria. Falhei. Falhei com muita gente.

Para o 2021 não levarei todo o pessimismo de 20-20, mas serei uma otimista desconfiada. Se tem uma coisa que aprendi nesse ano foi a não criar grandes expectativas, a viver um dia após o outro, a colocar um pé de cada vez. O 21 vai iniciar do mesmo jeito que finda o 20 mas projeto nele um monte de coisas boas. Porque o que faz o barco andar, o que nos faz seguir adiante, o que nos impulsiona a tocar o pezinho lá no fundo do poço para voltar pra cima é exatamente a crença de que dias melhores virão.

Peço desculpas pelos acentos/pontuações que faltam. Deu uma trabalheira escrever esse post. Para 2020 fechar com chave de ouro, meu computador partiu dessa para melhor. Estou aqui alternando a postagem entre o pc do marido e o celular. E vou revisar bem pouca coisa porque senão deleto uns quantos parágrafos. Exigente e metódica, duas coisas que pioraram em minha pessoa nesse 2020.

Enfim ... para o 2021, se pudesse desejar apenas uma única coisa, seria: leveza. Como escreveu Mario Quintana:

Canção do dia de sempre

Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas... 

Feliz 2021!


 

2 comentários:

  1. 2020 foi um ano pra nos mostrar do que somos capazes. Tantas coisas superadas, momentos sozinhos, momentos trancafiados com outras pessoas, medos, incertezas, saudades, falta de afeto. Nos serviu para dar importância àquelas pessoas que estão sempre conosco, que abraço, beijo e um "eu te amo" tem que ser dito e dado diariamente, sim. Ensinou a muita gente o amor próprio, quando se ver sozinho, tá tudo bem, você mesmo é uma excelente companhia pra si. Nos ensinou a valorizar cada momento em que nós era permitido aglomerar, a deixar de preguiça e ir aproveitar ao máximo o momento. Nos mostrou as pessoas verdadeiras e importantes.
    Tati, tu agradeceu ao pequeno Nicola pelos momentos de descontração, por te mostrar a ser forte e ter um motivo para ser; e também agradeceu ao Nicolāo por ser um porto seguro, por estar tudo bem não ser forte o tempo todo, que ele aguenta e reveza o "peso" com você. Mas acredito que o agradecimento mesmo deva ir à você, por saber valorizar o bem que cada um te fez, por ter superado essa Pandemia com leveza, que sim, tiveram momentos angustiantes e saudades maiores, mas soube contornar tudo isso e demonstrou aos seus Nicolas que você também é porto seguro, calmaria na tempestade e leveza quando as coisas complicam. Desejo que 2021 seja um ano de mais gratidão ainda, que somente coisas boas estejam por vir, e que, por fim, a distância termine e nos permita celebrar a saúde, alegria e amor com àqueles que nos querem bem. Que em 2021 possamos conquistar mais coisas boas, pois 2020 já nos mostrou nossa força e garra!! Beijāooo

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    1. Minha Xexelenta querida! Eu so desejo que esse 2021 proporcione o nosso reencontro, para que a gente possa papear, bebemorar, sair pra tomar um cafe, caminhar/correr juntas. Com certeza a gente vai rir lembrando dos nossos momentos de desespero :)
      OBRIGADA por mesmo distantes, ter estado pertinho de mim. Sempre pronta a responder um whats rapidamente :)
      Love U, Xexel!

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