E de repente ...

Pequeno chegou da escola. Almoçamos  e logo fomos para o sofá. 

Ele, cansado. Primeiro dia de aula depois de  longos dias de férias escolares de inverno. Já estava virando rotina acordar depois das onze. Um luxo para quem costuma acordar umas 6:30h todas as manhãs. 

Convenhamos: é sempre difícil voltar à rotina.

Pegou uma das almofadas do sofá e deitou no meu colo.

Conversa vai, conversa vem. Ele ainda gosta de compartilhar conosco sobre seus acontecimentos cotidianos. Uma fofoquinha escolar daqui, uma história  de algum profe dali. O colega que se ralou na apresentação porque não estudou, um cafunézinho daqui, outro dali.

De repente ... e não mais que de repente, levei um susto.

Pequeno estava deitado de lado. Enquanto acariciava sua redonda bochechinha descobri algo que me deixou assustada. Espantada. Alarmada. Aturdida. Perturbada. Sobressaltada. 

(Eu sei! São todos sinônimos, mas o post vai ser curtinho e preciso que os parágrafos se multipliquem. Tipo quando o professor nos manda fazer redação de mínimo  25 linhas e a gente aumenta a letra para render mais.  Bom, eu nunca aumentei a letra. Quase sempre tinha que cortar metade das minhas  redações. Exagerada, até para escrever ...).

Voltando ao meu espavento ...

Não sei dizer como, não sei dizer quando (ontem não tinha) mas entre a bochecha do meu Pequeno e a lateral da boca, do nada, apareceram uns quantos fios de um projeto de bigode. Na verdade, não é mais um projeto, porque ele já está bem aparente.

Assim ... do dia pra noite ... de repente ... e não mais que de repente ... meu Pequeno exibe bem orgulhoso seu tão sonhado "bigodon".

Segundo ele, agora para ficar "perfeito", só falta crescer alguns centímentros e ter algumas espinhas pelo rosto.

- "Aonde já se viu?! Todos os meus colegas já tem espinhas ... e eu não ..."

De repente ... e não mais que de repente ... é meu Pequeno reinvindicando sua puberdade. E eu que lute com a sensação de que o tempo, realmente, voa.