Jantar Romântico.

Aproveitando que a nonna ainda está por aqui (ou seja = temos com quem deixar Pequeno), eu e Papai tivemos nosso momento romântico ontem.

Fui buscar o Papai no trabalho e de lá saímos passeando pelo centro. Demos uma paradinha em frente a Câmara dos Deputados  (havia uma certa movimentação - estavam votando algo, algumas dessas medidas urgentes pra salvar o pelego da Itália). Interessante ver como o povo vai se aglomerando, aglomerando, aglomerando ... esperando pra ver algo que nem sabem o quê. Deputado e o novo Primeiro Ministro italiano nem conseguimos ver. Só encontramos um repórter (do CQC daqui) que uma vez entrou no estádio do Real Madrid "de grátis", fingindo ser o Nicolas Cage (assistiu o jogo free, tirou fotos, coquetel, drinks ... e só dias depois descobriram que de ator famoso nada). Risadas pra lá, fotos pra cá, curioso que chega, curioso que sai ... simbora seguir o passeio.

Eu, que me arrumei toda perfumadinha, maquiadinha, bonitinha, vestida de mulherzinha, logo me arrependi de ter colocado salto. Andar pelo centro de Roma de salto é uma tarefa muito difícil. Os danados dos sampietrini's (sampietrini é um tipo de pavimentação que predomina no centro romano) são terríveis pra quem usa salto. Acabei com o salto da bota e, depois de andar meia Roma, acabei com meu pé também. Mas nem dava pra reclamar muito: a noite é romântica e a alforria de filho tinha que ser bem aproveitada.

 Fizemos um aperitivo (costume  bem italiano: beber e beliscar algo antes da comida). Logo, fomos num restaurante que havia sido indicado por um amigo do Papai (já tinhamos tentado ir uma vez no verão passado, mas estavam de férias).

O local é minúsculo, mesas super apertadinhas. Embora tivesse uma mesa livre, nos  botaram sentados,  pegados a um outro casal. Fiquei meio constrangida (por mim e por eles), mas logo percebi que aquilo era normal no local. Alguns minutos depois lotou e todo mundo estava sentado junto com desconhecidos.

- "O que querem beber?", perguntou a senhora que, creio, seja a dona do restaurante.

A escolha da bebida já tinha feito desde que saí de casa: quero vinho.

Não tínhamos muitas opções: ou era o vinho da casa ou um outro "xjsidhudhf" desconhecido.

Quando maridão perguntou como era o vinho da casa, a mulher, na cara dura, pegou a jarra de vinho do casal que estava sentado ao nosso lado e deu um pouco pro Papai provar. Já fiquei com  vergonha de novo. Demos um sorrisinho encabulado e logo, a senhora do restaurante disse:

- "Depois dou mais um pouco pra eles ... bom, que deem vocês!". Sim. Super cara-dura.

Logo descobrimos que eles eram gregos. Quisemos dar o pouquinho de vinho de volta, mas eles não quiseram.

O restaurante é muito do engraçado. O atendimento é feito pelos donos (creio que sejam marido, mulher e filha). O estress e uma certa pitada de antipatia aparente do dono, no início choca um pouco, mas depois que a gente começa a analisar e ver a atitude da criatura, chega a ser até engraçado. Um exemplo: uma senhora disse que estava sentindo frio, que se ele podia ligar o ar quente. No mesmo instante ele respondeu:

- "Ahhhh, mas aqui sempre faz frio. Daqui a pouco se esquenta ... com o calor humano".

Não me contive e caí na risada.

Fora esses pequenos detalhes, a comida estava ótima. Fiquei de olho na comida dos outros (já que todo mundo estava perto de todo mundo) e me deliciei somente com o cheirinho. Tudo o que comi estava uma delícia. E aproveitando que o ambiente era propício não hesitei em lambuzar o pão no restinho de molho que sobrou no prato ... hummmmmm.

Logo pedimos a conta, que foi feita a mão, no papel que também servia de toalha pra nossa mesa e seguimos caminho. Tinha fila fora esperando pra entrar, fiquei com pena das criaturas, fazia um frio danado.

Ahhhh, o banheiro do local era, como se diz aqui "vasca turca", desses com buraquinho no chão. Depois de vários copos de vinho (sim, porque não tinha taça no restaurante, era copo mesmo), cheia de roupa e de salto alto, ter que agachar e fazer xixi num buraquinho ... é pra rir mesmo.

Pensamos em ir a algum outro local, mas não aguentava mais de dor nos pés e o frio estava tremendo. Resolvemos voltar pra casa e ir num bar que tem pertinho de onde moramos.

A preguiça bateu e o vinhozinho do bar pertinho de casa ficou pra outro dia.

Olhamos no relógio, era 'super cedo'. Ainda pensei: "quem me viu e quem me vê"?! Há alguns anos atrás, nessa hora ainda estava pensando em que roupa colocar. E agora estava voltando acabadona pra casa.

Acho que isso se chama velhice ...

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Contagem regressiva: UMA SEMANA!


2 comentários:

  1. Ahhhhhhh adoro esse tipo de programa. Realmente caminhar no centro de Roma com salto alto è missao impossivel..hehe, eu ja estreguei dois saltos nas ruas de Napoli, que odio!!! Menina eu ainda fico horrorizada com esse tratamento de alguns italianos, e se tratando de cidades como Roma onde è sempre cheia de turistas, eles deviam ser mais simpaticos, ne? Se era no Brasil, esse restaurante ja tinha falido...hehe, mas como diz meu marido "loro sono cosi". E va bene, o que a gente pode fazer ne? eu tambem nao me controlo quando vejo cenas de "super educaçao" to cada risada, alias gargalhada porque eu nao sei sorrir baixinho ahahahaha. E fala serio, ne? em 2011 ainda encontrar banheiro com a "Turca" è o cumulo da mesquinharia ahahahaha, em Parma os banheiros de um shopping novo era tudo assim, mas è porque eles acham mais pratico na hora de limpar.
    Ah, e isso nao è velhice nao, è frio mesmo. No verao a gente esta sempre mais disposta, mas no frio a cama è bem mais convidativa, ne???

    Beijos

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  2. Adorei!
    Adoro passeios romãnticos rsrsr Hoje mesmo vou fazer um hehehe
    Menina tive que rir com a história do Nicolas Cage "fake", pensei q estas coisas só acontecessem no Brasil.
    Quanto ao salto da bota. ainda bem q não precisará trazê-la ao Brasil, pq aqui o calor vai estar de matar!! SE bem que há uns dias atras, minha mãe contou que fez 16 graus em PortoAlegre, pode? Em pleno novembro?
    Faltaram foitinhos para a noite romântica, queria ver seu look de "mulerzinha" heheh deve ser mesmo de mulherão né bella?
    Que estranho as atiutudes dos donos de um restaurante tão procurado!!! Começo a entender, porque às vezes, acho o tal cliente italiano com cara de poucos amigos, e depois conversando mais um pouquinho, se ve que é uma pessoa agradável, faz parte então... Só pagaria pra ver sua risada na hora da resposta malcriada heheh
    E o vinho era bom? Acho que sim né?
    Uiiii "vasca turca" credoooooo heheh deve ser muito estranho, lembro de há anosssssss nunca mais ver ou ouvir falar disso... Adoro estes choques culturais rsrs
    Quanto a preguiça bater depois do vinho, nem é velhice tati, é comodismo mesmo, porque logo pensamos: "para que sofrer procurandolugares, gastando e se aglomerando por aí, se um vinhozinho em casa, na cama da gente é bem mais gostoso"? ahahahaha Eu que sirvo para tua mãe, adoro uma farra, ja ando sem paciência e mais comodista que nunca!!!
    Bacciones bella!!!

    PS: Kd o post do aniversariante? rsrsrs

    Rose Mazza

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