Cabelo, cabeleira, cabeludo, topetão.

Pequeno nasceu quase sem cabelos. Nasceu praticamente carequinha e, com poucos dias de vida, perdeu o pouco que lhe restava: da metade da cabeça para frente ficou careca. Na verdade, ficou a coisa mais horrorosa deste mundo! [peço desculpas aos corações sensíveis!]

O cabelo cresceu devagar. Só tinha um pequeno topetezinho que chamava atenção.

Quando passou a ter "cabelos de verdade" passou a ter um corte preferido.

Papai sempre cuidou com esmero dos cabelos do filho. E, sempre que ele demonstrava alguma vontade por um corte diferente ou mais curto, o Papai quase tinha um treco. Talvez, porque via nele a criaturinha que um dia ele foi. Pode não parecer, mas marido já foi cabeludo:



Não. Não é Pequeno nas fotos acima. É o pai dele.

Há algum tempo ele vem pedindo para cortar os cabelos "diferente". Por mim, já poderia ter cortado há tempos. Mas sempre na hora H, sentado na cadeira da cabeleireira, ele sempre desistia. Um dia é porque tinha a orelha grande (mentira!), no outro era porque iria deixar para a próxima vez, no outro era porque os colegas poderiam rir dele, no outro era o pai que não queria ... até que, marquei horário na cabeleireira dele e fiz que coincidisse justo quando o marido o fosse buscar na escola (malvada mesmo, queria que ele sofresse, HA, HA e HA!).

O vi decidido. Até olhamos modelos de cortes juntos. Mas juro que pensei que ele fosse desistir, como das outras vezes.

Mas, desta vez, a vontade de mudança prevaleceu. E eu fiquei feliz que  não teve desculpa capaz de fazê-lo desistir do seu sonho: ter o cabelo do Dybala, jogador de um dos seus times, Juventus.

Acredito que a cada tesourada que Patricia (a cabeleireira preferida aqui do Rio - porque também tem lá no sul a prima Iasmina que, aliás, foi a primeira cabeleireira dele) dava, Papai sentia dores quase insuportáveis no coração. Queria ter visto.


No final, chegou em casa um menino com cara de adolescente, com um sorriso tão largo que era do tamanho do mundo, feliz que não cabia em si.

No dia seguinte ficou ansioso por chegar logo na escola, pra mostrar o novo visual. Já na entrada encontrou um colega que, espantado com a mudança, ficou quase sem palavras, mas quando abriu a boca, foi para dizer:

- "Caraca! Que maneiro!"

O que lá no sul significaria: "Bah! Tri legal!"

Engraçado que tem gente que demora para reconhecê-lo.

O único que não achei tanta graça é que me dei por conta de que ele tá crescendo rápido, bem rápido, demais! E sabe o que é pior que isso? Que não vai ter corte que dê jeito nos meus cabelos brancos. Acho que não estou psicologicamente preparada para o futuro!






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