Mãe. Quem? Eu?

        Caro leitor, cara leitora. Me permita, no meu dia, dar de presente um desabafo. Quase um monólogo, com pitadas de confidência, mas que fique entre nós: eu e você. Não se preocupe. Não é chatice  (ou mimimi - está mais na moda) de mãe ... até porque isso nem combina comigo. Senta aí, mas com calma e paciência  porque tenho muito o que contar. Abra bem esse olho e, sobretudo, o coração, me leia e não me julgue. Se você tem algo por fazer ou está com pressa, volta aqui depois. Eu preciso de tempo, do seu tempo para me ler. É coisa pra caramba mas, convenhamos, quase 11 anos de desabafo poderia render até um livro.

        Eu não planejei ser mãe. Não significa que não quisesse. Eu queria, eu achava que queria, mas a verdade é que não era um querer imediato. Era um desejo de futuro, uma possibilidade, um talvez-quem-sabe, mas sem grandes planos ou expectativas.

        Quando alguém tentava me pressionar com frases do tipo "Nossa! Já faz quase 3 anos que vocês estão casados? Está na hora de ter um bebê.", eu sempre tentava ser simpática e dava a mesma resposta com minha melhor cara de paisagem: "daqui uns 5 anos". Só que os '5 anos' era algo bastante relativo. Poderia ser 5, 6, 10. Eu não tinha pressa e achava um saco toda aquela cobrança.  O 'já faz três anos' da cabeça dos outros, na minha cabeça significava 'a recém'. Nossa vida a dois era muito boa e completa. Acho que eu simplesmente estava feliz com a vida que tinha e não tinha pressa. Só isso.

        Descobri que estava grávida quando já estava com quase 2 meses de gestação. Foi um susto. Um grande susto. Eu pensei em todas as possibilidades, até mesmo na possibilidade de estar com bulimia (porque comia e logo vomitava). Acredite se quiser: eu pensava em tudo, menos na possibilidade mais óbvia.

        Demorei para ter coragem e entrar numa farmácia para comprar um teste de gravidez. Eu sentia vergonha. Vai entender ... ninguém tinha nada que ver com minha vida, ora bolas! Mas eu morria de vergonha de entrar lá e pedir o teste. E se encontrasse alguém conhecido? Meio neurótica sempre fui.

        Num dia, voltando para casa, enjoada e preocupada (eu só podia estar com algo grave, pois comia, vomitava e andava perdendo peso), passei pela farmácia. Passei direto. Dei mais alguns passos e retornei. Entrei, meio encabulada (acho até que deu pra perceber) e pedi um teste de gravidez. O atendente, para piorar ainda mais minha situação, me perguntou qual tipo que queria. Putz grila! O treco tinha de vários tipos. Respondi um "sei lá, qualquer um". Acho que ele entendeu minha situação e não fez mais perguntas.

        Levei o teste para casa e, quem disse que dava vontade de fazer xixi? Bebi muita água e, nada. Abri a torneira para ouvir o barulho da água escorrendo e, nada. Era o Universo conspirando contra mim.  Até que, finalmente, algum tempo depois, saí correndo e ansiosa para o banheiro. Eu só queria a confirmação de que era negativo. Jurei que depois do teste ligaria  para um médico para tratar minha saúde.

        Como quem não quer nada, urinei no palitinho e fiquei ali, sentada, lendo a bula - que era enorme, um papel gigante - com atenção. Percebi logo um risquinho. Em seguida, um segundo risquinho foi aparecendo meio tímido. Já havia esquecido o que havia lido na bula e voltei a ler com mais atenção para confirmar o resultado.

        - "Não pode ser!",  disse um pouco antes de desatar a chorar.

        Dois risquinhos aparentes significava positivo. Chorei muito, tremi, voltei a olhar pro palitinho e seus dois risquinhos (nessas alturas, o segundo risco estava igualmente nítido). Liguei pro marido aos prantos.

        - "Eu te falei!", disse ele  rindo do meu desespero.

        Insisti que não poderia ser. Eu grávida? Eu mãe?

        - "Ué?! Compra um segundo teste, então."

        Apesar de ter uma farmácia embaixo de casa, logo na esquina, disse pra ele que não iria sair nem morta. Imagina, farmácia da vizinhança (não foi ali que comprei o primeiro teste), com certeza encontraria alguma vizinha fofoqueira. Ele que comprasse na volta do trabalho. E uma marca diferente. Provavelmente o atendente tinha me passado a perna e vendido o pior teste do mercado farmacêutico. Só podia ser isso.

        Sim. Eu fiquei uma tarde inteira sem sair de casa, quase em pânico, quase em choque, bem perdida, vomitando e com a certeza de que "não podia ser".

        Marido chegou com o segundo teste no final da tarde. De outra marca. Fui correndo pro banheiro ... e o danado deu positivo também.

        Quando consegui consulta com a ginecologista (substituta, porque a minha estava de férias), relatei os sintomas que estava sentindo, comentei que havia feito dois testes de farmácia e que queria confirmar com ela o que estava acontecendo comigo.

        Gente! Eu não estava ficando doida. Sempre tive atrasos, aquilo era normal pra mim. Mais ou menos 1 mês e meio antes deste momento, fiz tratamento ginecológico, exame de urina e tomei remédios que não eram indicados para quem estivesse gestante (por isso a dra. pediu exame de urina). Eu não poderia estar grávida.

        Relatei para dra. sobre o ocorrido, o tratamento, disse que sentia pequenas cólicas (que na minha cabeça era por conta dos medicamentos), meus seios estavam estranhos, um pouco inchados. Mas o que me preocupava mesmo eram os enjoos e a perda de peso.

        Ela basicamente riu da minha cara: "quer confirmar o quê, cara pálida? Você está grávida."

        O chão saiu dos meus pés. Eu seria mãe.

        Tirando os enjoos do início,  tive a gravidez mais tranquila e mais leve desse mundo: engordei pouco, não fiquei inchada, emagreci pernas e braços  (se não fosse pelo barrigão as pessoas nem notariam que estava grávida), meu cabelo cresceu muito e ficou lindo (não caiu nem um fiozinho), não tive estrias,  nem varizes,  nem desejos absurdos. Foi o momento da minha vida em que mais me senti linda, poderosa e plena. Coisa dos hormônios alterados, provavelmente.


        Mas  me senti mãe mesmo quando meu filho nasceu. Meu parto foi terrível, foi uma droga, foi ruim. Todo mundo viu meu filho antes de mim. Não troquei sua primeira fralda nem dei o primeiro banho. Havia sonhado com um parto natural. Eu tinha certeza de que teria somente um filho e queria viver a experiência de 'parir como manda a natureza'. Não tinha medo das contrações. A dor de uma cesárea com a anestesia não fazendo efeito, acreditem, é bem pior. Nada aconteceu como o desejado. Passei fome, me fizeram lavagem, a sonda não saiu. Me deram anestesia geral, por conta das complicações.  Aquela cena linda e inesquecível  do primeiro encontro com o bebê, com ele ainda todo melequento e enrugadinho, não tive.

        Acordei completamente histérica na sala de recuperação, com um bebê sentado num berço logo ao meu lado. Cena de filme ... do Almodôvar, daquelas coisas malucas que só passam nos filmes dele. Totalmente grogue da anestesia, desesperada, dolorida e estranha, tentei assimilar a cena: um bebê sentado dentro de um berço (daqueles tipo de viagem) ao lado da minha cama. "Será que é meu filho? Que grandão!", pensei. Não podia ser o meu ... se bem que os bebês evoluem tão rápido que o meu já podia até estar sentando. A obstetra veio, então, falar comigo. As únicas coisas que lembro foi que ela disse: "está tudo bem com seu filho. Ele é a cara do pai". Creio que não tenha ficado nem meia hora na sala de recuperação. Comecei a chorar, desesperada. Era tudo muito estranho, tudo bem diferente do planejado e sonhado. Logo  me levaram para o quarto. Lembro até hoje de uma senhora ao meu lado no corredor do hospital  que só dizia "pobrecita, pobrecita" (o parto foi em Madri,  na Espanha).

        Cheguei no quarto com a expectativa de, agora sim,  ver meu filho. Foi a sensação mais aliviadora e mais estranha que senti até hoje. Era ansiedade misturada com medo. Era felicidade com pitadas de angústia. Analisei meu Pequeno detalhadamente: tinha 5 dedinhos em cada mão (que estavam cobertos por uma luvinha), rostinho bonitinho, quase carequinha e uma pequena feridinha na orelha, talvez tivesse sido machucado no momento do parto. O alívio maior veio quando minha mãe e meu marido confirmaram: "tá tudo bem com ele!". Eu estava ralada. Mas com ele estava tudo bem. Ufa! Valeu a pena tudo, então.


        Ah! O bebê no berço na sala de recuperação existia realmente, não foi alucinação minha. Era um bebê de mais ou menos 1 ano e alguns meses, filho de uma outra paciente que estava tendo bebê novamente. Corajosa ela.

        Foi bem estranho sentir um amor imenso e diferente do que havia sentido até então por uma pessoinha que acabara de vir ao mundo. Meu filho. Eu pouco sabia dele, ele pouco sabia de mim. Eu só sabia  que já o amava. Tá bom! Eu disse que não ia ter mimimi de mãe ...

        Fiquei uns dois  dias presa numa cama servindo apenas como abastecedora: só podia dar-lhe de comer. Não. Definitivamente não foi nada do que esperei. E essa tristeza vou levar para o resto da vida. Até hoje me emociono com cenas de parto. 

        Outro momento terrível: a amamentação. Tive feridas, meus seios sangravam e, à cada 3 horas (sim! Porque essa história de que recém nascidos comem à cada 3 horas é verdade), tinha meu momento de tortura. Sem vergonha alguma reconheço que tive vontade de pegar meu filho e atirar na parede, mais de uma vez. Aliás, várias vezes durante o dia. Não via estrelas, via uma constelação inteira de tanta dor que sentia. Fui na revisão dos 15 dias de vida com a pediatra disposta a sair de lá com uma marca qualquer de leite que pudesse dar para aquele menino. Não me importava se era caro ou barato, queria livrar minha teta daquela situação. Porém, em 2 semanas, meu menino havia engordado 1 kg. A pediatra disse que, óbvio, a decisão era minha  mas que seria uma pena deixar de amamentá-lo já que meu leite estava fazendo super bem pra ele. "Super bem pra ele" ... era "só" pra ele ... mas era super bem.

        Não saí da consulta com uma marca de leite, mas sim com a receita de uma pomada para passar nos seios. Descobri que aquela história de que, se preciso, as mães arrancam a própria pele para proteger os filhos era verdade. Com os seios em carne viva descobri que por amor seria capaz de aguentar a dor. Confiei no que me disseram: que logo estaria melhor. Depois de algum tempo aliviaram as dores e acabei amamentando meu Pequeno até os 2 anos e meio. Ainda hoje sinto saudades daquele momento só nosso. Se voltasse o tempo, faria tudo igual novamente.


        Morri de medo de ficar sozinha com ele. Estava do outro lado do mundo, não tinha minha família por perto, nem a família do marido e minhas amigas próximas ainda não haviam sido mães. Ninguém com experiência para  um S. O. S..

        Meus pais foram para o parto. Atravessaram o oceano e aguentaram meus estresses, minha depressão pós-parto (que "descobri" que tive somente depois de passado o turbilhão).  Fiquei perdida. Eramos somente eu e meu amore. De repente era ele, eu -  quase que incapacitada completamente -  com o bebê que já tinha nascido  mas a barriga que não ia embora, dores dos pontos, um bebê que chorava e eu quase nem sabia o que fazer, mais meus pais em casa. Era muita coisa ao mesmo tempo e muita gente. Isso sim: todos muito dispostos em ajudar. Naquele momento foi bem difícil adaptar com toda aquela realidade. Mas hoje sei o quanto foi importante a presença e a ajuda deles. Pude descobrir neles versões que não conhecia. Minha mãe tomou conta da casa e, tadinha, sofria junto comigo todas as vezes em que ia dar o peito. Ela acordava a cada choro do Pequeno e ficava na sala me fazendo companhia durante a madrugada. Meu pai, na medida do possível, ajudava também. O amor entre ele e Pequeno surgiu desde a primeira troca de olhar e logo, para surpresa de todos, ele assumiu o posto de 'fazer o bebê arrotar'. Só ele sabia a melhor posição para isso. Apesar dos estresses, aquele momento deles conosco foi bem especial. Logo veio minha sogra e passou  mais 1 mês conosco. Quando ela chegou, já havia acostumado com ter pessoas em casa. Não me estressei com ela fazendo as coisas do dia-a-dia. Eu, fisicamente, já estava melhor.

        Só que, de repente (3 meses depois do Pequeno nascer), todo mundo foi embora e fiquei solita com minha criatura. Marido passava o dia fora, meus pais se foram e a sogra também. Não sabia se seria capaz de  cuidá-lo, de identificar seus choros, tinha medo de que se afogasse, tinha pânico com as cólicas.  Mas pouco a pouco fui vendo que não existia manual que desse conta. E que conselhos muitas vezes não serviam de nada. Senti que podia sim ser capaz de dar conta do recado e percebi que o único que deveria seguir eram meus instintos. E foi mais ou menos nessa fase que passei a ir ao banheiro com porta aberta, fiquei com o ouvido aguçado para qualquer tipo de ruído,  descobri que pentear os cabelos não era prioridade e que qualquer 15 minutos de sono era uma recompensa dos deuses. Foi nessa fase, também,  que passei a sentir saudades da minha vida de antes, mas não trocar a vida atual por nada nesse mundo. Quem entende?

        Quase tive um colapso nervoso quando ele caiu do carrinho pela primeira vez. De repente o menino aprendeu a se virar, virou e voou direto no chão.  Tudo questão de 5 segundos bem diante dos meus olhos, que não davam crédito para tamanha proeza. Aperto no peito, dor no coração,  calafrios. Senti tudo isso enquanto juntava o menino do chão. "Será que ele morreu?"  Mais tarde, quando ele caiu de boca na mesa de vidro,  já estava preparada para sustos corriqueiros de crianças arteiras. Aprendi que precisava deixá-lo cair para que aprendesse a levantar, sozinho. Que não precisava correr ao escutar o primeiro choro. E que minhas reações estavam diretamente ligadas às reações dele.

        Cansei de arrumar armários, limpar farinhas espalhadas pela cozinha e tirar cebolas dos dentinhos da criatura (vai ver é por isso que hoje ele detesta cebola). Tive que mudar a decoração da minha sala, que vivia cheia de brinquedos espalhados pelo chão e comprei um tapete de borracha colorido  que amortizava tombos mas que não combinava em nada com meu lindo tapete vermelho, que logo ficou meio gosmento devido aos restos de comidas e biscoitos que o menino insistia em esfregar pelo chão.  O tapete vermelho logo foi fora. Mas o colorido de borracha permaneceu por muito tempo, aliás, foi um dos poucos itens que levamos conosco na mudança para a Itália.




        Sofri quando o deixei a primeira vez na escolinha e ele nem deu bola pra mim, entrou todo feliz e faceiro com os coleguinhas. Nesse momento vivi meu primeiro conflito de mãe: por um lado sofria por deixar meu menino ali com aquele monte de gente estranha,  mas por outro fiquei super orgulhosa de ver que ele já estava todo independente. E que eu não era imprescindível para ele. Quando a professora disse que eu nem precisava ficar ali esperando por ele, pois já estava super adaptado, que qualquer coisa ela me ligava, fiz cara de "tem certeza?". Ela tinha certeza ... e eu também: ele não precisava de mim. Nessas horas a gente engole o choro, seca as lágrimas,  respira fundo, faz cara de séria e diz: "boa, garoto! Quanto orgulho!".


        Paguei minha língua ... inúmeras vezes. Antes de ter filho, tinha uma vizinha lá em Madri que sempre chamou minha atenção. Por vezes a via triste, com cara de estressada e quase toda a noite escutava gritos dela e das crianças (ela tinha 2 filhos). Essa cena tem se repetido com frequência ... só que agora na minha casa: quem se estressa e grita sou eu, normalmente a noite, quando o menino faz os deveres. Penso nela frequentemente e queria ser vizinha dela agora. Só pra bater na porta e dizer: "Amiga! Vamos deixar essas crianças com os pais e vamos descer ali pro bar da esquina ... a gente precisa desestressar." Eu juro ... acho que hoje seríamos grandes amigas.

        Também jurei nunca bater no meu filho. Blefei ... e não reconheço isso com orgulho.

        Jurei jamais levar meu filho ao Mc Donalds ... aonde já se viu comer essas porcarias?!  Toda vez que vamos (e por sorte nem são tantas assim), lembro dessa promessa. Maldito Mc Lanche Feliz e seus brinquedos inúteis! Ainda bem que hoje ele já sabe que um hamburguersinho feito em casa é o melhor que há.

        Prometi, também,  não deixá-lo refém da tecnologia. Naquela época ainda não tinha Ipad, mas mais de uma vez liguei a TV e botei o carrinho do menino bem de frente pra Peppa Pig. Santa porquinha!  Teletubbies também servia ou qualquer outro desenho bem colorido que chamasse a atenção do menino, ao menos pelo tempo suficiente de conseguir lavar uma louça. Hoje em dia o Ipad virou moeda de câmbio. Na verdade, o primeiro da lista dos castigos. Xbox também. Celular, por enquanto, estamos conseguindo deixá-lo longe, na medida do possível: ele ainda não tem o dele, apesar de insistir para ter um pois "todo mundo tem", mas usa o nosso (meu e do pai dele). Aliás, ele já andou dando meu número para amiguinhas. Fico eu de guardiã dos WhatsApp's alheios.

        Antes de ser mãe, com muita facilidade, me dava ao luxo de julgar pais e mães. Fazia parte daquele time que, num supermercado, por exemplo, fazia cara feia para aquelas crianças que tinham ataque histérico, pelo motivo que fosse. Sempre que tinha algum pirralho choramingando, se esperneando ou, até, se atirando pelo chão chorando porque o pai ou a mãe não queriam comprar tal coisa, levantava minha sobrancelha como sinal de reprovação e olhava para os pais com cara de superioridade, basicamente vinha escrito na minha testa: pessoa inútil, como você não dá conta dessa criatura? Até que aconteceu comigo.

        Supermercado lotado, caixas repletos, quase chegando nossa vez de passar as compras. Pequeno viu na prateleira um ovo Kinder. Perguntou, no seu italianinho lindo, se podia comprar. "Não filho, não vamos comprar. Tem ovo Kinder em casa que a nonna deu, lembra?". Não sei o quê ele pode entender dessa frase, mas o fato é que ele começou a chorar. Logo, gritar. Depois, se atirou no chão e esperneou. Parecia um sonho ou, melhor, pesadelo. Aquilo não podia estar acontecendo. Me acorde, por favor!  Como assim? Aquele menino tranquilo estava fazendo aquele escândalo? O menino parecia estar possuído. Tentei por várias vezes pedir que parasse. Pensei em fazer de conta que não o conhecia, mas não dava mais tempo. Fui ficando vermelho pimentão à cada olhar de reprovação (me via em todos eles). Tinha vontade de dizer: "Gente! Ele nunca fez isso antes!". Não ia adiantar. Ele não era, mas naquele momento pareceu ser uma criança mal educada, mimada, sem limites. E nós (porque o marido estava junto), pais omissos. Deixei o marido terminando de passar as compras e levei o menino para o carro. Foi a primeira grande bronca que ele levou. Dessa vez, quem berrou totalmente desequilibrada fui eu. Aonde já se viu? Logo eu que sempre fui a primeira em julgar esse tipo de cena era, agora, atriz principal. Voltamos pra casa em silêncio, sem entender muito bem o que tinha acontecido. Felizmente, cenas do tipo nunca mais aconteceram. Fiquei um bom tempo sem aparecer naquele supermercado. E, naquele momento, descobri que nessa vida  a gente paga a língua. Ah, paga!

        Vez que outra me pego dizendo frases do tipo "tu não é todo mundo" ou "não me interessa, eu não sou mãe dos outros". Me detesto cada vez que respondo "porque sim", "porque não". Algum dia eu jurei não dizer isso também ... mas ... quebrar juramento é barbada pra mim. Deu pra perceber, né?!


        Tive medo por nossas viagens, nossas escolhas, nossas mudanças. Mas nunca deixei de fazer nada usando meu filho como desculpa. Grávida de quase 6 meses viajei para o Egito. A viagem mais incrível que fiz até hoje. E Pequeno, com muito orgulho, diz que essa foi sua "primeira viagem ainda na barriga". Com 3 meses ele voou pela primeira vez. E fiz, várias vezes, viagens longas sozinha com ele. Com 4 anos de idade ele já havia vivido em 3 países. Algumas pessoas nos diziam que ele precisava de estabilidade. Eu até acreditei nisso, mas não durou 5 minutos. Estabilidade não é sinônimo de sucesso ou felicidade. Por incrível que pareça criamos um filho com raízes bem fortes,  ligado e unido à suas famílias e suas origens. Com muito orgulho ele conta que nasceu na Espanha, mas que por conta de um acordo chamado Schengen, no papel ele é ítalo-brasileiro, que torce para 5 times e que se sente um pouco de cada lugar e, também,  gaúcho.

nossa "mudança" da Espanha para a Itália. Acho que ele não
 estava muito satisfeito em meio a tanta tralha :)

        Criamos um filho sem dificuldade de adaptação e com uma facilidade incrível para fazer amizades. Um menino sensível e caridoso. Um menino que sonha em ver a Aurora Boreal (influência minha), está preocupado em saber com qual idade ele poderá fazer seu primeiro intercâmbio, quer conhecer a Índia,  morar na Suíça, quer voltar no Peru pra levar seus 2 ou 3 filhos no Machu Picchu. Sonha em ser militar ... ou quem sabe goleiro ... ou médico. E que, se der, vai construir uma casa pra mim ao lado da dele. Ah! E quando for viajar com sua mulher, vai deixar os filhos comigo, para cuidá-los. Rá! Só que não! Ele está cheio de planos, só que nem imagina os meus ...

        Hoje posso dizer que conseguimos: eu e marido (porque, felizmente, não poderia ter um parceiro melhor nessa jornada). Não sabemos o que passará no futuro, mas uma base com raízes e asas Pequeno já tem. Raízes, sabendo de onde veio e o quanto elas são importantes para nosso crescimento. Asas suficientes para voar nesse mundão, sem pressa e sem medo.


        "Criar filhos é como jogar vídeo game: cada fase é mais difícil do que a anterior". Eu concordo plenamente, apesar de não gostar de vídeo games. Jurava que a fase de bebê - que me parecia interminável mas que passou voando e hoje morro de saudades - era a mais difícil. Depois descobri que ao dar seus primeiros passos ele estava descobrindo o mundo e,  junto, descobriu armários e novos perigos vieram. Senti saudades do tempo em que ele ficava no carrinho e tinha seus movimentos controlados. Depois cresceu mais um pouco e as artes passaram a ser intencionadas, planejadas, arquitetadas. Saudade de quando meu maior problema era botar as coisas de volta nos armários.


        Agora tenho um pré-adolescente que me questiona sobre teorias de vida, me pergunta coisas de história, está me enlouquecendo com a matemática e é genioso e birrento como um dia eu fui. Eu sei. Eu sei! Quando ele estiver viajando o mundo  eu vou sentir saudades dessa época e vou rir dos momentos de saia justa que ele me fez passar.


        Hoje eu sofro um pouco com medo do futuro,  com a preocupação de passar valores pra ele, de desenvolver nele um caráter e uma personalidade forte. De que ele tenha capacidade suficiente para tomar suas próprias decisões e que não seja influenciável. Tenho medo de que se envolva com drogas, com pessoas ruins. E se ele arrumar uma namorada megera que não goste de mim e me afastar dele?

        Às vezes a gente (eu e marido) tem vontade de largar tudo, botar uma mochila nas costas e sair por aí, pelo mundo, quase sem destino. Mas eu sou mãe ... a responsabilidade pela vida e o futuro de alguém pesa pra caramba e freia as nossas loucuras. Pelo menos de momento. Só de momento.

        Lembra lá no início que eu disse que nossa vida a dois era muito boa? Era mesmo. E eu sei que um dia a teremos de volta. Estamos criando Pequeno para que ele seja do mundo e que, muito em breve, vá ao mundo.  Sempre tento explicar para ele que nossa vida é divida em partes. Somos construídos por pequenas partes de nós e que eu tenho partes da minha vida aonde ele não faz parte.  Parece complicado, mas não é. Eu não sou só mãe e como ele não é a total razão da minha vida, tem partes de mim que só me dizem respeito. Na parte sentimental, que diz respeito somente a mim e meu amore, ele não entra.  Dentro da sensibilidade dele, sei que ele me entende. Ele sabe que ele não é o centro do Universo. Ou, ao menos, tento fazê-lo entender isso. Não significa que não ame meu filho, ou que seja malvada. É a realidade. Simples assim.

        Eu tenho consciência de que muitas vezes perco tempo discutindo por conta dos deveres que ele não faz, exigindo para meu menino de 10 anos um comportamento de um adulto e me vejo dando a mesma desculpa esfarrapada que tinha dos meus pais e que tanto detestava: "é pro teu bem!". Socorro! Ajuda eu, santinho das mães desesperadas! É difícil manter o equilíbrio entre a teoria e a prática.


        Eu não faço parte do "clube" das mães que acham que a maternidade é a melhor coisa da vida. Eu acredito e respeito quem decide (pelo motivo que seja) não ter filhos. A gente vive sem eles (eu vivi quase 30 anos) e não acho nada justo menosprezar ou julgar uma mulher por escolher não ser mãe. O único que sempre respondo quando alguém me diz que não pensa em ter filhos porque não tem instinto materno é: eu também não. Algumas vezes as pessoas sorriem, acham que estou brincando. Mas falo sério, gente. Tanto que nunca tive o desejo e a coragem de ter um segundo filho. Hoje pesa sim o fato de Pequeno não ter um irmão. Mas pesa somente por ele. Eu e marido sabemos o quanto é importante ter irmãos para compartilhar experiências, vivências, alegrias e dificuldades da vida. Nós dois moramos longe de nossos pais e o fato de termos nossos irmãos perto deles alivia um pouco a nossa sensação de ausência. Talvez, se fossemos filhos únicos, nossas vidas seriam diferentes. Talvez ... quem sabe?!


        Muitas vezes sinto vergonha quando alguém comenta que sou "mãezona". Acho demais pra mim. Visualizo muito mais os meus defeitos como mãe do que minhas virtudes. Mãezona pra mim é alguém que faz algo excepcional. Tenho amigas que trabalham fora, até em dois trabalhos, criam filhos sozinhas e são mães totalmente presentes na vida dos filhos. Isso pra mim, por exemplo, é ser mãezona. Mãezona é aquela que tem uma paciência gigante. A minha, infelizmente, é bem curtinha. Juro que queria ser uma mãe melhor para meu filho, mas como disse antes, vivo muito contando com meus instintos ... e, embora muitas vezes tenha vontade de abraçar meu menino e dizer "relaxa e faz matemática amanhã", eu esbravejo, viro doida, grito, boto de castigo. Eu sofro pra caramba com a minha dureza. Freud não explica isso.


        Hoje, mais do que ontem, pesa a dedicação total. Sou mãe 24 horas por dia, sete dias por semana. Pena que isso não me dá dinheiro e não garante aposentadoria. Ultimamente não ando tendo tempo nem pra respirar. A rotina do Pequeno anda corrida e, consequência disso, a minha também. Me viro como posso: aproveito pra ler livros enquanto o espero no curso de Inglês e quando o deixo na escola tenho meu momento de liberdade. Por poucas horas, mas já dá um alívio. Nesses dias até fiquei pensando se meu caso era grave. Ultimamente tenho relaxado somente em dois momentos: quando estou na academia fazendo spinning ou quando estou sendo torturada pela Goreti, minha depiladora. Meu caso é grave, doutor?

        Mas foi uma escolha que eu fiz, por nossas circunstâncias de vida ou talvez por medo misturado com um pouco de egoísmo: eu queria cuidar do meu filho, não queria delegar isso a mais ninguém. Queria ver seu primeiro dente nascer, cuidar da sua primeira febre, presenciar seus primeiros passos, controlar o que come, conviver 24hs com seus sorrisos, seus choros, suas primeiras palavras. Eu sentia que precisava cuidar dele, ser responsável por sua adaptação à cada nova casa, novo país, novo idioma. E, quer saber, apesar do meu trabalho de mãe não garantir grana na conta no final do mês, ver que meu filho hoje é gente boa pra caramba, tem um bom coração, educado e, sobretudo,  tem respeito pelo próximo, me realiza, embora tenha meus dias de conflito interno, meus arrependimentos e minhas crises existenciais. Tem dias, eu juro, que queria ter um trabalho estressante num escritório, sair cedo de casa, voltar tarde e não ter tempo para brigas corriqueiras. Muitas vezes penso que eu seria mais feliz assim. E ele também. Até que ele grita do banheiro: "mãe! Vem ver meu cocô!" ... daí eu volto para a realidade e agradeço por não perder, inclusive, esse momento.

        Eu tento ser politicamente correta, mas nem sempre é fácil. Tento controlar meus impulsos, embora não consiga com muita frequência. Vez que outra falo palavrão ... nada grave, pelo menos até o Pequeno repetir. Daí sim fica grave o negócio. Procuro preservar o meu jeito moleca de ser, mas reconheço que muitas vezes faço questão de me arrumar para que ele tenha a lembrança da mãe "bonitinha". Eu queria ter mais autocontrole, sobretudo nos nossos momentos de briga. Às vezes falo coisas que não gostaria de falar. Logo me arrependo, mas o estrago já foi feito. Pequeno é sensível, sentimental e, também, um pouco dramático. Eu, quando estou furiosa, sei bem aonde tocar na ferida. Não adianta de porcaria nenhuma e, no final, sofremos os dois. Eu queria um pouco mais de sabedoria, de paciência, de lucidez e inteligência. Pra minha sorte Pequeno perdoa rápido. Ele esquece as brigas e os gritos com muita facilidade. O coração bonzinho herdou do pai.


        Fico pensando se serei como minha mãe. É só ficar um dia sem ligar que logo, quando ligo, ela diz no telefone ao invés de alô: "lembrou que tem mãe?". Ou se ficarei, assim como ela, tensa a cada notícia catastrófica do lugar onde Pequeno for morar. E não adianta dizer que moro em tal lugar, que é longe, explicar a geografia da cidade. Ela se preocupa da mesma maneira. Eu quero criá-lo para o mundo, mas não sou capaz de criar o mundo para ele, controlar seus perigos, suas catástrofes, suas tragédias. Fico pensando ... E se ele casar com aquela megera que não gostava de mim e eu precisar da ajuda dele e ela não deixar? Nem meu asilo vai pagar. Desaforo.

        E se tivesse esperado mais 5, 6, 10 anos para ter um filho, assim como costumava dizer? Talvez, se tivesse esperado muito, não tivesse meu Pequeno. Com o tempo, desenvolvi doenças que complicariam ou dificultariam muito uma possibilidade de gravidez. Hoje, se quisesse, provavelmente não ficaria grávida. Quando me perguntam porque não tento dar um irmão para Pequeno - porque  amigo, amiga, as cobranças alheias seguem - sempre digo que não tenho condições financeiras, nem psicológicas e nem físicas. Novamente as pessoas sorriem ... mas é tudo verdade.  E, sinceramente, de vez em quando dói e pesa mais a física. Talvez me arrependesse amargamente para sempre. Ou, talvez  não. Quem sabe?!

        De vez em quando me pego vendo fotos de antigamente e vejo  quanto o tempo passa voando. "Só" 10 anos se passaram. Mas quanta coisa a gente viveu. Quanto amadureci. Quanto aprendi com ele. Quanto me transformei. Quanto errei. Quanto chorei. Quanto sorri. Quanto sentimento novo, misturado aos antigos. Quanta coisa ainda está por vir.


        É muito bom ser mãe do meu filho. Costumo dizer  - e agradecer - que o Universo foi muito generoso comigo. Eu não posso reclamar nem do gênio (que puxou a mim), nem do coração bonzinho (que puxou ao pai), nem das artes (porque ele nunca foi travesso). Ele é criança e faz o que criança faz. Aliás, faço questão de que ele viva exatamente as coisas do momento dele. Não quero adiantar nele fases ou momentos. Não quero que ele seja um mocinho, quero que ele seja um menino de 10 anos. Aliás, às vezes me dá nos nervos o quanto ele é bonzinho, obediente e medroso. Lembro do dia em que ralei todo o meu braço ensinando o menino a subir na árvore. Ele não queria subir de jeito nenhum. Primeiro porque iria 'machucar' a árvore. Depois, porque era perigoso. Foi questão de honra fazer o guri subir naquele negócio.

        Ser mãe é um embolado danado de  um monte de sentimentos. É engraçado ver num filho pequenas partes nossas. Não somente no físico (que às vezes a semelhança até assusta), mas é até estranho reconhecer neles nosso mesmo gênio, nossas manias, nossos gestos.  Isso é muito legal mas  ao mesmo tempo desafiador: a gente passa, então, a fazer o possível para que eles sejam nossas partes melhoradas. É viver em constante busca, constante aprendizagem, controle constante e aprender a conviver com conflitos internos, entre o correto e o melhor, o certo ou errado, o pode ou não deve. Saber que precisamos fazer e dar o melhor de nós mesmos, pois estamos sendo constantemente vigiados e que somos o maior exemplo para eles. É uma grande responsabilidade e um grande desafio.

a obstetra mentiu :) 

        Ser mãe é viver em constante contradição: é chorar na apresentação da escola, mesmo achando aquilo um saco. É botar sua melhor roupa para acompanhar o filho na festinha do amiguinho e, apesar de sair de lá zonza de tanta gritaria, ver nele uma carinha de felicidade alivia até a dor. É acompanhar o filho no cinema para ver filmes de desenho, filmes da Disney, filme dos Vingadores ... eu odeio esse tipo de filme, mas vou por ele (e pela pipoca também). É querer que o filho seja um desbravador do mundo, mas sempre confirmar se ele levando um casaquinho junto (vai que pega uma pneumonia?!). É dizer pro filho "não chora que não foi grave" e analisar o menino do primeiro fio de cabelo até o dedinho do pé pra confirmar se ele está inteiro. É morrer de vontade de dizer para o filho encher o coleguinha de porrada depois de ter sido chamado de verme, mas respirar fundo dizer que não se bate em amigo e que ele simplesmente não dê bola. É insistir pro filho estudar matemática, fazer de tudo para que a fórmula entre na cabeça da criatura, mesmo sabendo que talvez pra ele num futuro não sirva de nada (logo você que detesta matemática). Parece brincadeira, mas cansa pra caramba.

        Para você que teve paciência para me ler até aqui, peço desculpas pelos longos parágrafos (eu avisei que daria até um livro). É bem mais simples quando tenho que escrever sobre as Pequenices do Pequeno. Quando a gente tem que ir fundo, tocar lá na ferida, abrir o coração e reconhecer erros e medos, daí a coisa complica. É sempre muito mais fácil falar só das coisas boas. Mas a vida não é feita somente delas. Sempre soube muito mais sobre o lado lindo da maternidade. Quando se reconhece os erros e se fala das coisas não tão bonitas assim, a gente corre o risco de ser julgado, mal interpretado, não entendido.

        Tem vezes que eu só queria um pouco de silêncio. Mas tem um menino brincando de lutas imaginárias ali no quarto e produzindo efeitos sonoros dignos de Oscar. Tem vezes que eu só queria ver um filme bem tranquila no sofá, mas ele vem querendo explicar a matéria que aprendeu de história. Conta todo o período das Inconfidências brasileiras. Daí dá um sono tremendo e o filme fica para o dia seguinte. Tem dias que queria ir no melhor restaurante da cidade, mas ele puxa não sei de onde uma promessa que fiz de levá-lo para comer hambúrguer. Tem dias que eu queria comer só salada, mas tem que cozinhar pro menino, um prato bem farto e colorido e acabo beliscando um pouco de tudo também. Tem dias em que eu queria ser sozinha, ter uma casa arrumada, não ter 7 camisas de futebol pra lavar no mesmo dia, nem juntar meias do chão, descobrir bonequinhos debaixo dos móveis, nem livros infantis misturados com meus livros de auto-ajuda.

        Em consideração a você, eu reconheço:  não.  Eu não planejei ser mãe. Eu poderia não ter sido. Poderia ter vivido sem ele. Poderia ter minha casa organizada, mais espaço nos armários, mais grana na conta bancária, mais tempo livre para mim. Porém, por conta do destino, nossos caminhos se cruzaram. E acho que nem no melhor dos planos seria capaz de articular tamanha façanha, não idealizaria a metade das proezas, não viveria um terço das aventuras, não imaginaria ter metade da felicidade que tenho hoje. Não teria esse blog, nem centenas de histórias para contar. Nem que quisesse poderia ter feito um planejamento  assim, tão perfeito.

        Eu mãe. E vou te dizer: com muito orgulho. E vou falar quase baixinho,  que ninguém nos escute:  talvez essa  seja a melhor parte de mim.


5 comentários:

  1. Que lindo minha irmã, até daria um livro, ou quem sabe um filme.
    És a mostra das mulheres Guerreiras de nossa família.
    Feliz Dia das Mães.
    Nós te amamos.

    Renato Fraga
    OIM-OMB

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    1. Obrigada, meu irmão! Não me faltam exemplos de mães guerreiras, dedicadas, amorosas em nossa família. Me espelho em todas e em cada uma delas todos os dias da minha vida.
      Amo vcs!

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  2. Ai, que coisa mais linda da vida! Eu te acho sim uma mãezona, da melhor qualidade! Basta olhar para o nosso pequeno para perceber isso! Ele é incrível pq tu é uma mãe incrível!
    Feliz Dia Das Mães, minha xexelenta amada!!! 💖

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    1. Obrigada, minha "Cu"madre! Não é fácil, mas a gente segue em frente. Não esquece q tu, como segunda mãe :) tem q me ajudar nessa tarefa (Nicolinha tá ralado com essas mamys ... hahahaha).
      Bjos! Ti lovo, muxo!

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  3. Confesso que senti uma dorzinha no coração por não ver um comentário meu nesse post tão incrível. Fiquei "puxando na memória" o que eu estava fazendo em 2018, que não registrei minha passagem por aqui! Afinal, eu conheço todas essas fotos, eu sei Decor tantas histórias do Pequeno, eu "vi" tanta coislinda que ele fez! Eu lembro dos vídeos para a Beta, para o Murilo, dele querendo abraçar um sem teto, dele se despedindo do coleguinha no RJ, dele rastejando brincado com Nicola pai e acabarem se dando uma cabeçada, dos olhinhos expressivos curiosos para o mundo, observando tudo! Do olhar dele para o Marcello , o artista de Florença , enquanto este fazia o seu retrato e me desmachava chorando imaginando o Nicola pai sonhando com o dia que o traria para fazer a dita foto gravura, da tristeza que senti quando o procuraram (Marcello) e não encontraram em algum tempo antes ... Enfim, eu me sinto a tua velha próxima ao Pequeno, não mais pequeno rsrsr que sabe tanto da sua vida, que aprendeu a amar e a se emocionar com ele, que quando finalmente, o encontrei fisicamente, em Milão 6 a você e Nicolas Pai, também, parecia que os conhecia de toda uma vida! Vai entender! E eu pude ver que não estava enganada! O Pequeno era mesmo um gentleman, um menino doce, educado, respeitoso e lindo! Deus abençoe sempre! Que ele realize todos os sonhos e que você seja sempre essa mãe que soube fazer através desse Blog, a declaração de amor que eu queria ter feito aos meus filhos!!
    Rose Mazza, vulgo Mantequilla comentando com 7 anos de atraso rsrs

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