Final de Ano.

Metade de janeiro de 2022 e apareço por aqui. Feliz Ano Novo, amigos leitores do blog!

Nosso final de ano foi agitado, felizmente agitado.

Fomos para o Brasil, em umas férias vapt-vupt, aproveitando os poucos dias de férias de inverno da escola do Pequeno para passar as festas de final de ano com minha família. Esse já era nosso desejo desde muito tempo e ficou ainda mais forte após tudo o que passamos neste ano que, felizmente, foi embora.

Até o último momento não tínhamos certeza da nossa partida. Por muitos fatores que envolviam - ainda - a nossa realidade em tempos de pandemia.

A empresa onde compramos as passagens - e que não divulgo o nome pra não fazer publicidade, uma vez que não merecem - só passou a refazer vôos diretos Itália x Brasil na metade de dezembro (nossa partida era dia 23, aos "quarenta e cinco do segundo tempo"). Fizemos exame de covid 24hs antes do embarque e, apesar do marido ter pego uns dias a mais de férias pra ficar em casa "resguardado" para a viagem, Pequeno até o dia 22 foi para a escola. Aquele medinho de que "algum dos três" positivasse estava presente.

Com o resultado negativo dos exames passamos para o passo seguinte: preencher o formulário pedido pela Anvisa. Separei todos os documentos, os respectivos exames, comprovantes de vacinações, comprovação de envio do formulário da Anvisa, tudo organizadinho por passageiro (até recebi elogio pela minha organização no controle do aeroporto - e, sendo bem sincera, acho que o povo quando vê que está tudo assim bem organizado nem olha direito os dados daquele monte de folhas).

Não fiquei descansada até o momento do check-in no aeroporto. Haviam relatos de muitas pessoas a respeito de overbooking por parte desta empresa aérea. E, logo eu que sou tipo São Tomé - só acredito vendo - só me tranquilizei quando recebi nossos cartões de embarque.

Resumindo ... a viagem foi um saco! Viajamos de dia (o que dificulta ainda mais meu sono no avião), num avião velho, meu sistema de áudio não funcionou (ou seja, sem entretenimento durante a viagem), não tinha onde carregar celular, comida bem ruim. Fez-se bastante pesada e longa a viagem (12hs de vôo). 

Chegamos em São Paulo e tivemos que sair correndo pra aquela função de pegar mala, passar pela alfândega, fazer novo check-in e logo sair correndo por aquele aeroporto imenso, passar por um novo controle de segurança até chegar no nosso novo portão de embarque para o destino final, Porto Alegre.

Só deu tempo de trocar de roupa (saímos do frio e chegamos no calorão), passar um desodorante nos sovacos (os outros passageiros não eram obrigados a aguentar nossa nhaca de 12hs de vôo), comprar uma água e logo já estávamos embarcando.

Chegamos em Poa era quase uma da madrugada. Muito cansados e sem grande pressa esperamos por nossas malas. Pouco a pouco foram chegando. Saímos da sala de desembarque e tivemos uma grande surpresa.

Eu sempre me emociono pelos aeroportos da vida em dois momentos: nas partidas e nas chegadas. Me emociono com as pessoas se despedindo antes de partirem para o embarque. Aqueles abraços longos e afetuosos, que transmitem ali naquele momento uma saudade imensa que acaba de começar. Talvez pelas minhas experiências de despedidas e por saber o quanto essa saudade dói, me emociono com os abraços alheios. E também me emociono nas chegadas. Quando saio e vejo as famílias esperando pelos seus, com olhinhos brilhantes e cheios de expectativas, com os braços prontos para darem aquele abraço demorado, dessa vez um abraço feliz que em poucos segundos é capaz de suprir toda aquela danada da saudade.

Pois bem. Tínhamos alugado um carro, chegamos de madrugada e sabíamos que ninguém esperaria por nós no aeroporto. Porém, pra nossa surpresa, quando saímos do nosso desembarque reconhecemos logo um cartazão com uma frase bem familiar: uma piadinha interna feita no grupo de whats da família momentos antes do nosso embarque em Milão. O primeiro que reconheci foi o cartaz, ele só poderia ser pra gente. Baixei o olhar e vi que quem o segurava era minha sobrinha. Logo identifiquei minha outra sobrinha, a outra, o marido, meu irmão e, por último, minha mãe, sorridente esperando pela gente. Que grata surpresa que foi essa! Minha primeira reação foi dizer que eram malucos. E eles são mesmo! Obrigada Laura, Beta, Carol, Renan, tio Beto e mamãe por terem feito nossa chegada ser ainda mais especial!

os malucos


vovó e Pequeno

Fomos pegar o carro que havíamos alugado, numa empresa relativamente nova. Nossa Senhora da Enrolação, que coisa mais demorada! Depois de quase uma hora de espera, com um carro que não era muito do nosso agrado, saímos em direção a Osório. Isso sim, no meio do caminho, paradinha estratégica para reencontrar a galera e fazer um lanche num posto de gasolina onde meu pai sempre pedia pra parar: era ele ali presente fazendo questão de nos dar as boas-vindas.

Chegamos em Osório tarde e fomos dormir lá pelas quatro da manhã do dia 24.

Enrolados com a questão do fuso horário, manicure que havia marcado meses antes (mulheres que moram fora do Brasil me entenderão) e sobremesa da ceia por fazer, quando vimos já era noite e estávamos todos reunidos na casa do meu irmão mais novo para celebrarmos o Natal juntos.

Foi um Natal estranho, diferente, triste - porque foi o primeiro sem meu pai, mas o que importa é que estávamos ali todos juntos. Teve também muita bagunça, muita farra e muita risada, típico da minha família. Eu e meus Nicola's estávamos tipo zumbis, virados e cansados da viagem e com uma diferença de fuso de 4hs que nos fizeram ter uma luta particular com nossas pestanhas: elas insistiam em fechar e nós insistíamos em mantê-las abertas.

dizem que esse Papai Noel tinha uma voz
bem parecida com a do meu primo :)

O resto dos dias até o Ano Novo foram de agenda cheia, muitos eventos, comida na casa de um, comida na casa de outro, aniversário da prima, formatura do sobrinho. Haja saúde, energia e a dieta que lutasse!

O Ano Novo foi na casa do outro irmão, o mais velho. Eu e os Nicola's ainda lutávamos contra o sono mas resistimos um pouco mais (não tanto quanto gostaríamos). Foi muito especial ver o quanto Pequeno se divertiu com a família. A farra que fez com os tios, os primos, a dupla incomodativa que ele formou com o Dindo dele, o quanto ele estava mais alto que a Dinda (e boa parte da família) e, sobretudo, o quanto ele aproveitou e curtiu com a vó. Acordavam cedo pra bater papo e ficar mandando piadinha boba no grupo da família no whats, trocavam confidências, comiam besteiras, a vó ficou contando sobre sua vida. Pequeno fez questão de dormir no sofá porque, segundo ele, ainda tinha o cheiro do vô por lá.




Depois do Ano Novo, finalmente, conhecemos a Sosô, minha sobrinha neta que mora no Canadá, tem 3 aninhos e ainda não tínhamos tido a oportunidade de conhecê-la. Pequeno se apaixonou pela priminha e, apesar do pouco tempo, puderam curtir muito a companhia um do outro.

Logo ficamos em função dos preparativos para a nossa volta. Novamente preocupação e estresse com a viagem. A notícia de que alguns vôos estavam sendo cancelados me deixou nervosa. Agendamos nosso retorno com alguns dias de antecedência com respeito ao final das férias (tanto a do marido no trabalho quanto a da escola do Pequeno) mas qualquer imprevisto que acontecesse nos causaria problemas.

Novamente a tensão ao fazer exame (que depois rendeu um vídeo bem engraçado do marido no grupo da família), separa documentos, preenche formulário de entrada na Itália (e que formulariozinho mais complicado, diga-se de passagem), olha no aplicativo da empresa se o vôo está confirmado ... enfim ...

... dia 05 de janeiro nos despedimos da família (alguns nos acompanharam até o aeroporto) e partimos para nossa odisseia de retorno. Em SP foi muito corrido novamente. Pequeno, de última hora (literalmente na hora do embarque) teve que comprar uma calça pra viajar: a criatura cresceu em duas semanas e a calça com que havia viajado na vinda para o Brasil ficou apertada e a criatura não aguentaria 12hs com as pernas (e otras cositas más) esmagadas durante a viagem. Enquanto marido ficou na fila para controle de documentos momentos antes do embarque eu e Pequeno saímos procurando uma calça confortável pelas lojas caras (e bem caras) do embarque internacional.


Subimos no avião com a sensação de que todo o esforço, estresse e cansaço tinha valido a pena. Conseguimos resolver algumas burocracias pendentes e, fora isso, não tiramos nosso pé de Osório. Praticamente todo o tempo foi dedicado à minha mãe e nossa família. Não reencontrei nenhum dos meus amigos, infelizmente não deu. O tempo e as circunstâncias que estamos vivendo não permitiram esses reencontros, mas espero que eles aconteçam em breve. Voltei com as energias recarregadas, com o coração mais leve e muito feliz por todos os momentos que vivemos, dos mais simples aos mais intensos.

O avião que voltamos era o mesmo velho da ida (que azar!) mas desta vez meu áudio funcionou, a comida estava um pouco melhor e descobri que abaixo do assento (bem abaixo) havia uma espécie de tomada onde poderia carregar o celular (sim, você leu bem: tomada).


gambiarra que fiz para meu fone funcionar.
Dizem que mulheres com bandaid na bolsa são capazes de fazer milagres :)

A viagem fez-se longa novamente e apesar de desta vez ter sido noturna, foi bem cansativa. Pegamos um "engarrafamento de aviões em posição de decolagem" e ficamos mais de uma hora esperando que o pessoal desse autorização para decolarmos em Guarulhos. São Paulo e seus trânsitos caóticos ...

Chegamos em Milão com 1 hora de atraso, nossas malas demoraram pra sair nas esteiras de bagagem e corremos para pegar nosso carro no estacionamento.

Finalmente em casa, cansados, com toda aquela bagunça pós viagem iniciamos uma nova fase dessa função de viajar em tempos de pandemia: a quarentena. Mas sobre ela falo no próximo post :)

Aguardem.




6 comentários:

  1. Foi MUITO especial ter vocês por aqui, mesmo que rapidinho! Só a gente sabe a saudade que sente, né?! Mas, amei demais ver vocês e o meu afilhado, que tá cada vez mais lindo e ENORME!
    Sorte a nossa poder desfrutar momentos especiais com quem amamos!
    Amo vocês! Até a próxima! E que a "próxima" não demore tanto dessa vez! Beijos da Dinda! ❤

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    1. "E que a próxima não demore tanto", bora repetir quase como um mantra :)
      Muito bom ver meu Pequeno (agora grande) junto da Dinda.
      Bjão! Amo tu!

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  2. Oi amigos
    Que função a viagem de vocês em tempos de Pandemia. Mas chegaram bem em casa: Ótimo!
    Não nis reencontramos em função da Pandemia, mini e rápidos dias de férias no Rio Grande do Sul. Mas não faltaram oportunidades...
    Bom ano letivo ao Pequeno! Que pelas fotos está enorme e mais alto que eu com certeza.Aqui no RS temperaturas em torno de 40°C, aquele vento onde está? Amo vocês! Continuamos conectados até a próxima viagem.... 💋💋💋

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    1. Amiga querida que mesmo na distância se faz sempre presente. Tomara que na próxima a gente consiga se encontrar pra colocar o papo em dia. 🙏
      Bjos nossos!

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