Para Laurinha.

Hoje uma amiga especial do Pequeno irá embora do Rio de Janeiro. Laura - Laurinha para os íntimos.

Dizendo para meu Pequeno descrevê-la (primeiro tive que explicar o que é descrever), ele me disse:

- "A Laurinha é linda, inteligente, simpática e carinhosa."

E, realmente,  Laurinha é linda, inteligente, simpática e carinhosa.

A relação deles foi amizade à primeira vista. Laurinha chegou na escola conquistando admiradores. E, talvez porque morássemos perto ou, talvez, por questão de feeling mesmo, eles passaram a ser colegas de escola e amiguinhos no tempo livre: voltavam juntos cheios de assunto, paravam sempre no mesmo ponto estratégico da rua para "pensar e conversar" (sim, eles tinham um cantinho somente deles para "pensar"), compartilharam alguns finais de semana de praia, teatro, passeios, piqueniques.

Meu Pequeno foi brincar na casa da Laurinha, sem se importar em dividir os "brinquedos de menina". Laurinha veio à nossa casa e não se importou em dividir os "brinquedos de menino". Porque eles sabiam que mais além do que essa coisa de masculino x feminino, o que importava mesmo é que eles estavam brincando juntos.

Pequeno, de 15 em 15 dias muda de "namorada" na escola. Um dia uma, no outro uma nova coleguinha é a escolhida. Laurinha nunca foi namorada. Sabe por quê? Porque Laurinha é "a prometida": é com ela que ele quer casar quando "grandes". Talvez a maneira que ele tenha encontrado para dizer que Laurinha não é  uma simples coleguinha: ela é alguém especial para ele.

Pequeno é "famoso" na família da Laurinha. Laurinha é "famosa" na nossa família.

A amizade especial deles ficou conhecida na escola e fora dela. Nos dias de atividade extraescolar, quando voltávamos sem sua companhia, as pessoas perguntavam:

- "Ué! Cadê a Laurinha?"

Se encontrávamos algum vizinho ou amigo "de bairro" do Pequeno (e ele tem muitos), perguntavam:

- "Ué! Cadê sua namorada?"

Primeiro ele explicava que não era namorada (e contava a história de que iriam casar quando "grandes") e, logo, explicava o motivo de não estarem juntos naquele momento. Aliás, se tem coisa que ele adora fazer é explicar, falar e comentar coisas. Até para isso Laurinha tinha paciência e se divertia com as mil e uma histórias que ele contava.

A imaginação deles, juntos, voava longe. Aliás, literalmente voava. Algumas vezes se imaginaram pegando um avião e indo para o sul (esqueci de contar: Laurinha é gaúcha, da mesma terrinha que eu e minha família). Outras vezes,  bem corcundinhas, se imaginavam velhinhos: se davam os braços e caminhavam um apoiando no outro, com passinhos lentos. Faziam "jogo do sério" e Pequeno sempre perdia: Laurinha é craque em fazer cara de "braba".

Ele foi príncipe, ela princesa. Fizeram folia de carnaval, de festa junina. Compartilharam piscina e golpes de capoeira e judô.

A sintonia deles é tão grande que até ficaram banguelas juntos. Caíram os dois dentinhos superiores ao mesmo tempo e eles deram muitas risadas um com o outro.

Compartilharam muitos abraços (muitos!!!) e beijos.

Laurinha! Sentiremos saudades! Mas também estamos felizes por você estar junto da família e dos amiguinhos que você tem aí. Desejamos felicidades na nova escola! Com certeza você fará novos amiguinhos em breve.

Que você continue sendo essa menina valente e corajosa! Que conserve esse jeitinho amoroso!  E, como diz meu Pequeno - o seu amigo Nicola - que você siga sempre igual de linda, inteligente, simpática e carinhosa!

Um beijo e até breve!