Quase sempre (raras exceções), se trata de um lugar onde se pode quase tudo. Somente os avós são capazes de permitir artes diversas que pelos pais não passam desapercebidas. Até porque eles sabem que a responsabilidade de educar uma criatura cabe aos pais.
É um lugar onde predomina o carinho, a paciência, os mimos, as vontades. E nem vamos falar de vontades gastronômicas. O tema 'comidinhas de vovós' merece um post a parte.
A casa dos avós, independentemente de como e de qual tamanho seja, tem sempre um cantinho misterioso: seja um cômodo inteiro, um armário, uma gaveta ou até mesmo uma simples caixa cheia de fotos velhas desordenadas.
A casa dos avós é um lugar cheio de vivências, histórias, anedotas. Tem sempre uma foto, um enfeite, uma roupa, um quadro muito mais velho do que os netos.
Minha mãe guarda coisas que, pra mim, não tem nenhuma utilidade. Cacarecos que me lembro desde a infância. Insisto para que "faça uma limpeza geral" e jogue tudo fora. Mas ela insiste em conservar. Só ela sabe o valor sentimental que tem cada objeto.
Na casa da minha sogra, por exemplo, tem coisas de "sabe-se lá quando". Ela conserva, mantém e cuida de tudo com esmero. Hoje pela manhã, aliás, fez questão de me comentar sobre uma das molduras de um dos quadros pendurados na parede da escada: foi do pai do pai dela (ou seja, do bisavô do meu marido, tataravô do meu filho), e enfatizou que a moldura - ainda bem conservada- tinha mais de 100 anos. O quarto que tem a idade do marido. O armário que era da tia de não sei quem, feito a mão, com detalhes em não sei que coisa (não tenho muito conhecimento no assunto).
Mas, para o Pequeno, mais além do que a moldura centenária, os móveis que resistem ao tempo e conservam histórias, mais além do que as fotos super antigas, o que mais tem encanto para ele na casa da Nonna é o sótão. Um lugar muito frio no inverno (e muito fresco no verão), que serve basicamente de depósito para coisas sem uso. Um lugar com móveis antigos, livros, malas e caixas que guardam e escondem sabe-se lá que coisa.
A imaginação dele voa longe e uma pequena visita ao misterioso cômodo já chegou até servir como moeda de câmbio:
- "Se tu tomar banho, depois podemos subir no sótão."
Ele não foi capaz de resistir tamanha aventura.
Minha mãe também guarda coisas que, pra mim, não tem nenhuma utilidade. Mas, amiga com certeza nós também já estamos guardando coisas que para elas, teu filho não tem utilidade... É a vida!
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