E as Férias, Como Foram?

Então. Não foi como havíamos planejado de início.

Quando finalmente pudemos organizar nossas férias (passar Natal e Ano Novo no Sul) e fomos pesquisar preços de passagens aéreas, quase tive um ataque. Uma média de 800 Reais por trajeto e POR PESSOA. Dependendo do dia da volta até baixava um pouco, mas não muito. Um absurdo. Diria até um roubo!

Havíamos jurado que JAMAIS voltaríamos a fazer o trajeto Rio x Osório de carro. Mas, como diria aquele velho sábio: "Nunca diga nunca". Pois é ... acabou que esta foi a nossa opção para essas férias. Não teve escapatória.

Havíamos, então, planejado fazer como da outra vez (aquela em que falamos que havia sido a primeira e a última): parar no meio do caminho para conhecer algum lugar desconhecido. Da outra vez levamos nosso Pequeno ao Beto Carreiro. Ele amou e nós também amamos curtir um pouquinho de SC.

Desta vez, havíamos decidido parar em Curitiba. Tanto marido quanto eu não conhecemos a capital paranaense.

Fizemos rotas, calculamos percurso, tempo de viagem, pesquisamos hotel, onde comer, o que visitar, etc. Mas uma espécie de "sexto sentido" fez com que não reservássemos nenhum hotel. Fomos deixando, deixando, deixando ...

Até que umas duas semanas antes de viajarmos, meu pai ficou doente. A princípio ficou internado para tratar um problema na perna que, logo descoberto o que realmente tinha, foi solicitado um procedimento que não pode ser realizado porque os rins do meu pai estavam super comprometidos. Tentaram solucionar o problema com medicação, mas não foi possível. Finalmente, o problema da perna passou para um segundo plano e meu pai teve que iniciar tratamento de hemodiálise. No início um baque para todo mundo: pra ele, pra minha mãe e para nós, filhos. Complicado ter que depender de uma máquina, várias vezes na semana, para seguir tocando a vida. Mas pouco a pouco a gente vai percebendo o outro lado da história: felizmente ele teve essa oportunidade de seguir em frente. Conforme vai passando o tempo a pessoa acostuma com uma nova realidade, estabelece uma nova rotina  de vida e percebe que tem tanta gente na mesma situação (e por vezes até numa situação pior dentro da mesma realidade), que a preocupação, o choro e o medo dão lugar à esperança.

Contudo, os dias foram passando, meu pai seguia no hospital e, óbvio, como quem me conhece sabe que sou nervosa e ansiosa, o que eu mais queria mesmo era chegar logo no Sul. Dane-se Curitiba, ela vai seguir lá linda e organizada, teremos oportunidade de conhecê-la num futuro. Não tinha condições de "ir passear" enquanto uma tormenta se instalava na minha casa (porque a casa dos meus pais sempre vai ser "a minha casa").

Tivemos sorte que nos deram um carro grande (porque alugar carro é sempre uma loteria), coube tudo o que queríamos levar (e dessa vez me esbaldei levando coisas para o Pequeno: brinquedos, bolas, skate, livros e vários travesseiros para ele ir bem cômodo no assento traseiro).

soninho bom

Queríamos ter saído bem cedo, de madrugada mesmo, mas por conta de tiroteios, arrastões, assaltos, etc (a ordem do dia no RJ), decidimos sair cedo, mas quando "fosse claro", colocando no sol a responsabilidade pela nossa segurança. Saímos pontualmente às 6:30h.

Foi uma viagem tranquila, alguma que outra tranqueira, mas nada que ver com a "da última vez" (É! Aquela que havíamos dito que teria sido a primeira e última), quando ficamos 7 horas parados literalmente no engarrafamento sem sentido na Serra do Cafezal.

Conseguimos chegar em Joinville/SC, com chuva, com muito cansaço, sono e uma vontade enorme de "chegar logo em casa".

No dia seguinte outras muitas horas dentro do carro, calculamos nossa rota para chegar em Laguna bem na hora do almoço (para comer um peixe delicioso - já bem conhecido nosso) e seguimos viagem, pegando sol e chuva pela estrada. Até que, finalmente, lá pelas 16hs chegamos em Osório. Por mim teria tocado direto mais uma hora e um pouquinho até POA para ver meu pai no hospital, mas primeiro ele pediu para não irmos, não queria que nosso Pequeno o visse lá, logo, a família nos convenceu de que era melhor descansarmos e irmos no dia seguinte.

E assim fizemos. E, para resumir, uns 3 dias depois meu pai teve alta e pouco a pouco fomos entrando na rotina de casa novamente. Ele como sempre teimoso (danado esse velhinho!), por vezes birrento, mas estávamos felizes e aliviados por tê-lo conosco.

Natal foi de casa cheia (bem cheia), teve amigo secreto gigantesco (umas quarenta e poucas pessoas), teve comilança, muita bebida, muita risada e algum que outro choro. Porque chorar também faz bem, ainda mais quando é choro de alívio e agradecimento.

banho de chuva na casa da vó e do vô: delícia!

Queria ter ido visitar os parentes, os amigos, mas realmente não deu. Todo nosso tempo foi para estarmos em casa com meus pais, ajudando no que fosse possível. Esse foi o intuito da nossa ida.

Pequeno se esbaldou de brincar com a prima Fefê, com o primo Lilo, que apesar de já estar "um mocinho" tem um carinho e uma paciência gigante com ele e reencontrou um amigão que ele adora: Pedro Joaquim, formam uma dupla perfeita.

parceiros de aventuras

Veio Ano Novo ... novamente comilança, muita bebida, conversa, mas a verdade é que na noite do reveillón estávamos todos meio cansados. Acho que estávamos ressacosos mesmo. Minha família não para nunca. Sempre tem algo para fazer e, quando não tem, eles inventam. Chega um momento em que o corpo pede um descansinho.

nossa despedida

Chegada a hora de vir embora ... momento complicadinho. Pequeno, como sempre, desata a chorar. Ele sofre muito quando nos despedimos de nossas famílias. Se questiona porque "temos que partir". E ficou preocupado, pois "se acontecer alguma coisa com o vô e a vó não souber cuidá-lo?". Achei até engraçado ele dizendo isso enquanto respingavam lágrimas dos seus olhos.

dama com a vovó

Saímos cedinho, dessa vez ainda noite. Não sei por que, mas as voltas sempre são mais cansativas e longas. Sabíamos que teríamos um longo dia pela frente. Dessa vez pegamos um super engarrafamento em SC, daqueles de estressar pela perda de tempo. Pegamos um temporal de dar medo no Paraná, mas conseguimos o nosso objetivo: dormir em Registro, num hotel que já conhecíamos da outra vez (Sim! Daquela ...).

Dia seguinte saímos mais tarde do que o previsto, mas conseguimos parar no Santuário em Aparecida. Tínhamos muito o que agradecer e queríamos, também, fazer alguns pedidos porque pessoas queridas estavam precisando. Logo, seguimos ... faltava pouco para chegar em casa.



Já no RJ, como sempre acontece conosco (não sei porquê?!), o GPS nos mandou por um caminho meio "estranho". E, convenhamos, "caminho estranho no RJ" não é lá muito confiável. Em tempo, desviamos e acabamos seguindo a indicação das placas mesmo e mandamos "pro espaço"  a maldita voz do GPS que insistia para retornarmos.

Ufa! De volta em casa, descarregamos o carro (que deveria ser entregue naquele mesmo dia). Marido foi devolvê-lo com a companhia do Pequeno e eu fiquei tentando botar a casa em ordem, a mente e o corpo também. Passou tudo tão rápido e tão intenso que foi preciso respirar fundo para voltar à rotina.

Dessa viagem, tirei alguns aprendizados:

* NUNCA diga NUNCA;

* Por mais que as coisas pareçam difíceis, sempre há esperança;

* Não adianta tentar mudar seus pais, por mais que você esteja cheio de boas intenções, não vai rolar;

* Ter com quem dividir as dificuldades faz com que elas pareçam menores;

* Você nunca sabe quando está dando o último abraço;

* A vida é uma caixinha de surpresas;

* O trânsito na  Serra do Cafezal continua a mesma droga;

* Se tiver uma nova viagem de carro pro Sul ... tudo bem, a gente encara!

Sabe qual é a parte boa dessa história? Daqui a pouco, em fevereiro, tem overdose de família novamente. Eba! Aguarde cenas dos próximos capítulos ...

uma das lindezas que a estrada proporciona

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