Há tempos vínhamos esperando por nossas férias de fevereiro. Ela havia sido programada com bastante antecedência. Seriam as primeiras férias de verão do Pequeno com toda a família (me refiro à férias de verão mesmo, todo mundo veraneando junto), inclusive vovô e vovó.
Mas vovô ficou doente e não pode viajar conosco. E a vovó também não foi porque todos os filhos viajariam para o mesmo lugar e alguém precisava ficar com o vovô. Aquela coisa que prometeram há quase 60 anos atrás: "... na alegria e na tristeza, na saúde e na doença ...". Pois é.
Fizemos, então, uma pequena mudança de planos. Havíamos comprado passagens aéreas do Rio para Floripa (o nosso destino das férias - na verdade um pouquinho mais ao sul de Floripa: Praia do Sonho, em Palhoça). Resolvemos alugar um carro e dar uma 'esticadinha' rápida até o sul, para passar o final de semana com meus pais. De quebra, ajudaríamos no que fosse possível, inclusive levando meu pai para fazer hemodiálise (enquanto não consegue vaga na clínica da cidade onde mora, ele faz numa clínica que fica a uns 100 km de distância).
O vôo saiu no horário, foi super tranquilo e, apesar de ter uma conexão em SP, foi super rápido. Chegamos em Floripa antes mesmo do horário marcado para retirar o carro. Comemos algo (apesar dos preços absurdos do aeroporto), retiramos o carro e seguimos direto para o sul. Pegamos um super engarrafamento na saída de Florianópolis, mas depois a viagem foi tranquila. Chegamos em tempo de jantar com meus pais e meus sobrinhos e sobrinhas. É muito bom ter a casa cheia, principalmente para meus pais. O ânimo deles muda.
Sábado fizemos algumas coisas pela rua (inclusive compra de supermercado para levar para praia) e após o almoço saímos em direção a POA. Pequeno foi junto. A princípio não iria levá-lo (ficar horas numa clínica de hemodiálise não é lá um programa muito apropriado para uma criança), mas resolvemos ir visitar meus tios, fazia tempo que não nos víamos.
Pequeno chegou na clínica curioso, com olhar atento e de mãos dadas com o avô. Logo meu pai foi chamado. Ele ainda deu uma olhadinha pra ver se conseguia ver o vô, mas não. Ficamos algumas poucas horinhas com meus tios, tempo suficiente para colocar o papo em dia e, logo, voltamos para a clínica.
Pequeno estava ansioso. E a verdade é que eu também. Não sabia ao certo como meu pai sairia daquela sessão. Enquanto esperávamos, vimos algumas pessoas saindo e, a verdade, saíam bem abatidos e fracos. Mas, como sempre surpreendendo, meu pai saiu falante (como sempre) e sorridente. Foi logo apresentando o neto para o pessoal que trabalhava ali. Acho que ele fez uma força sobrenatural para mostrar pro neto que estava bem. Os dois foram até o carro de mãos dadas. Pequeno sempre de olho no vô, esboçando um sorriso de felicidade. Vez que outra alisava a careca do vovô.
Domingo de manhã foi hora de dar tchau, afinal de contas, tinha uma praia com tempo lindo esperando por nós e meus irmãos (bem sacanas!) dê-lhe mandar fotos das lindezas de lá.
Já havíamos estado nessa região há uns 7 anos (mais precisamente em setembro de 2010), mas a praia em si não aproveitamos quase nada, o tempo não ajudou muito. Desta vez seria diferente.
set/2010 |
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E foi. Tivemos dias lindos de sol. Vez que outra um nubladozinho para amenizar o calorão. Teve muita praia, muita areia, muitas risadas, muitas comilanças, paisagens lindas, caminhadas, relax, Pequeno que ficou livre-leve-solto, fez amizade e até levou uma chinelada no olho de um dos seus "amigos" (faz parte. Quem não tem aventuras de verão para contar?). Teve também um grande susto: meu pai teve um piripaque enquanto fazia a hemodiálise, passou mal, mas logo tudo ficou bem. Graças a Deus!

Meus irmãos e minha irmã (e as cunhadas e cunhado, meus sobrinhos e os amigos que também estavam hospedados no mesmo local que nós) foram parceiros de farra nota 10. Não teve tempo perdido e nem monotonia. Acordava da soneca da tarde e lá estavam várias mensagens no WhatsApp chamando para algum passeio. Teve passeio de banana boat em família, banho em alto mar, muito jogo de frescobol e alguma que outra caipira ... ninguém é de ferro e eu, particularmente, sou feita de cana :)

Mas, como tudo que é bom passa voando ... chegou o momento de voltarmos para casa. Afinal, as aulas do Pequeno já haviam começado e ele já tinha 4 dias de faltas.
Voltar pra casa é sempre uma sensação estranha. Por um lado, não existe lugar no mundo melhor do que o seu cantinho, com suas coisas, seu travesseiro, sua rotina. Mas também, passamos dias tão bons, tão tranquilos, tão felizes, que dava preguiça e tristeza em voltar pra rotina do Rio de Janeiro (e com o medo de uma possível greve de policiais - que, finalmente, não se concretizou).
Chegamos tarde, comemos uma pizza congelada que havia ficado por aqui. Deixei pra arrumar as coisas da viagem no dia seguinte. E o dia seguinte foi estressante demais: acordar cedo para levar Pequeno para o curso, comprar livros da escola que estavam faltando, voltar correndo pra pegar o menino no curso, voar pra casa para fazer almoço, arrumar as coisas da escola e levar a criatura ansiosa na escola para o reencontro com os colegas.
Chegando em casa curtir o relax e o sossego? Não mesmo! Desfazer malas, lavar roupas (veio uma mochila só de roupa suja e com uns 20kg de areia - se o Ibama me pega!), arrumar a casa, fazer compras ... e, quando vi, o menino já estava de volta em casa. Prepara a janta, recolhe roupa, ajuda com o dever e a estudar as matérias perdidas durante a semana. Tudo isso aguentando uma coceira danada porque na nossa última noite na praia os mosquitos resolveram fazer a festa com minhas pernocas. Talvez umas 30 picadas espalhadas pelas coxas e mais algumas pelas costas.
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acabou a folga! |
Deitei na cama caindo de sono, mas juro que mentalizei que queria férias de novo. Num lugar paradisíaco, sem muita gente, com um clima agradável (mas com um solzinho bom pra bronzear o esqueleto). Mentalizei um mar limpo, calmo, um quiosquezinho próximo, com uma caipirinha deliciosa e um peixinho frito dos deuses. Quero minhas férias de volta!!!
Quase chorei. Só não chorei porque estava muito cansada e caí num sono profundo. E se sonhei, nem lembro. Ainda bem que o "dia seguinte" foi sábado ... gastei os lençóis de tanto que dormi.
Que pena que acabou!
E ainda faltou a lesão na panturrilha, do Nicolao. Que foi no último futebol na beira da praia. Obrigado por vocês terem compartilhado conosco esses momentos maravilhosos.
ResponderExcluirRenato Fraga
OIM- OMB
E a lesão está durando ... agora está na fase de pé preto e inchado. Rendeu aquele futebolzinho 😆
ExcluirBjs, queridos!