Vovó Duti no Errejota.

Vó Duti, minha mãe, veio passar uma semaninha conosco. Visitinha rápida, quase "de médico", mas foi suficiente para dar gás e ânimo ao coraçãozinho dela e ao nosso.

Minha mãe vive em função do meu pai e, desde algum tempo, digamos, a rotina deles é bem pesada. Preocupações, doenças, estresses (com ou sem motivo), enfim ... coisas da vida. Porém, não reclamamos não. Ambos já passaram por algumas situações de saúde que me fazem simplesmente agradecer por tê-los quase firmes e fortes. 

Meu pai faz diálise 3 vezes por semana. Ele até poderia ter vindo junto, mas isso implicaria burocracia para encontrar uma clínica aqui e, tenho certeza, ele não iria gostar dessa função. Já está acostumado com o local onde faz, as enfermeiras, os colegas "de turno". E, sinceramente, morreria de medo de levá-lo aqui. Nem sempre ele sai das sessões 100%. O psicológico dele tem contado muito também, estar longe dos outros 4 filhos também seria um problema. Ou seja, função demais para apenas 1 semana.

Mas, se o vovô não pode, a vovó pode. E ela estava precisando de uns dias de descanso e relax.

Pequeno ficou muito ansioso pela chegada da vó. Foi comigo esperá-la no aeroporto e enquanto a aguardávamos no desembarque roeu unhas, balançou as pernas, andou de um lado para o outro e olhava com atenção todo mundo que saía pela porta.

- "Cadê ela?", perguntou umas 30 vezes.

Até que "ela" chegou.

Pequeno já está quase do tamanho da vó

Desde então foi bombardeio: de conversas, de histórias, de abraços, de mãos dadas e de carinho. Grudou mais do que carrapato.






Levou a vó para sua escola, levou a vó para missa, para a festa junina do condomínio, apresentou para os amigos, levou a vó pro shopping e caiu na risada do medo da vó ao subir na escada rolante. Riu do "sonho" que a vó tinha de comer no Burguer King e da falta de habilidade que a vó tem para mandar áudios no WhatsApp. Coisas que pra gente são corriqueiras, mas que para uma senhora de 78 anos, nada amiga da tecnologia e que mora no interior, não são tão simples assim (pela primeira vez ele percebeu que onde a vó mora não tem escada rolante - e nem Burguer King).

A vó, como sempre, teve uma paciência gigante com ele e se meteu e o defendeu em todas as nossas brigas. Disse que gostaria que ela tivesse tido essa paciência comigo quando era pequena. Ela sorriu e disse que já nem lembrava disso. Talvez desculpa esfarrapada da senhora idosa, talvez ela já nem lembre mesmo. Espero que com o tempo e com a idade meu coração amoleça também.



Caminhamos um pouquinho, bem menos do que gostaria e bem mais do que as perninhas dela aguentaram. Passeamos um pouco (o que deu, com o tempo corrido e com a função da escola do Pequeno). Na verdade ela não quis fazer muita coisa. Passeios turísticos típicos do RJ ela não queria, afinal de contas já conhecia (não era sua primeira vez aqui). Com muito custo consegui levá-la um único dia para caminhar por Copacabana. 

Também consegui levá-la em um lugar que ela ainda não conhecia: o AquaRio. Vi seus olhos brilharem de encantamento e curiosidade, mais que os do Pequeno. Se encantou com os peixinhos. 



Torcemos juntos pelo Brasil e sofremos com sua derrota. Mas onde ela mais se divertiu mesmo foi na Saara. Pra quem gosta de muvuca e de compras é o paraíso. Pra mim, particularmente, é um dos locais "menos preferidos", digamos assim. Mamãe adorou e não sabia aonde entrar e nem pra onde olhar. Aguentei firme e forte, como uma boa filha. Mas na primeira vez que ela disse um "vamos?", quase saí arrastando a senhora idosa minha mãe pelas ruas (vai que ela desistisse e quisesse olhar "só mais uma coisinha"?). Procurei logo um táxi, mas ela inventou que queria vir de metrô. Não. Também não tem metrô em Osório ... pra ela isso também é novidade e aventura. Claro, ela voltou bem sentadona no seu assento preferencial. Eu tive que aguentar o trajeto em pé mesmo, segurando suas sacolas.

Mas nos divertimos, conversamos, aproveitamos muito a companhia uma da outra e Pequeno,  entre uma massagem e outra - todas as noites fazia massagem nas pernas da vó - espertinho, aproveitou a companhia e a presença da vó para se livrar de alguns puxões de orelha.



Pena que tudo que é bom dura pouco. Mas a vó já estava com saudades de casa - e do vô, principalmente - e logo voltou para o frio do Sul. Pequeno até fez um vídeo pra família dizendo que sequestraria a vó, mas não deu muito certo seu plano.

A gente apenas agradece ao Papai do Céu  por mais essa oportunidade de tê-la conosco. Ainda teremos muitas aventuras de Pequeno e Duti - dona Laura, minha mãe - pra contar aqui no blog, com certeza.


4 comentários:

  1. Olá irmãos e sobrinho amados!
    Só a agradecer a todos que propiciaram a Duti esse momento. Obrigado por dar mais uma injeção de ânimo em nossa Véia.
    Bju no coração de todos!

    Renato Fraga
    OIM - OMB

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  2. Não fizemos nada demais ... aliás, fizemos apenas o mais importante: curtir a presença dela aqui conosco.
    Um super obrigada mais que especial para a tia Zanza! ;)
    Tentamos apenas aproveitar em uma semaninha o que vocês tem a oportunidade de aproveitar diariamente :)
    Bjos nossos gigantes, para todos vcs!

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  3. Que lindo esse amor de vcs,morri chorando lembrando da minha véia e o quanto eu perdi de não ter aproveitado tanto com ela, esses dias achei uma foto dela e da tua mãe juntas e bateu aquela saudade da nossa infância,fico feliz em ver ela tão bem e aproveita e mima bastante essa mãezona!!!Mil bjs e luz e saúde pra todos ��

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    Respostas
    1. Oi, Marcia! Parece que a gente nunca aproveita tempo suficiente. Sempre tem um carinho por fazer, uma conversa, enfim ...
      Doida para ver essa foto das duas. Lembro sempre com muito carinho e muita nostalgia da minha infância. Naquela época que a gente não se dava muito conta das coisas, nossa maior preocupação era colocar a rede no campinho pra jogar vôlei :)
      Um bjão enorme! Obrigada pela visitinha aqui no blog e pelo carinho.

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