#Tbt1, senta que lá vem história do passado: Um Segredo.

    Em novembro nosso blog completará 15 anos. Desde então vocês puderam acompanhar os 15 anos de vida do Pequeno. Acompanharam nossas histórias. Viajaram conosco e ficaram por dentro de todas as funções e bagunças de nossas mudanças. Por aqui fizemos amigos, queridos amigos, e ficamos mais próximos das nossas famílias que sempre estavam há quilômetros de distância (sempre foi assim: quando estávamos perto de uns, ficávamos longe dos outros). Mas apesar de compartilhar tanto com vocês, tem muito da gente que ficou no anonimato, na nossa intimidade. Histórias que vez que outra lembramos e damos boas gargalhadas. Histórias engraçadas, momentos especiais, apertos, micos ... tanta coisa a gente tem registrado na memória da vida, felizmente! Por isso, decidi inaugurar aqui no blog esse novo capítulo que vai aparecer por aqui não sei com qual frequência (talvez 1 vez ao mês - toda primeira quinta do mês, quem sabe?!), para compartilhar com vocês um pouco do que ainda não foi publicado aqui no blog. Então ... senta que lá vem história ...

#Tbt1 - Um Segredo.

    Eu e marido nos conhecemos e ficamos amigos. Não foi um flechaço à primeira vista (ele diz que sim mas até hoje não acredito). Nos conhecemos e ficamos amiguinhos. Saíamos para jantar, fazíamos tour por barzinhos de Madrid ou simplesmente ficávamos de papo pela rua mesmo.
    
    Fazia algumas semanas que a gente tinha se conhecido (não muitas). Não lembro se ele me ligou ou se trocamos mensagens pelo ICQ (jovens não saberão nem do que se trata, velhos  coroas como nós estarão pensando "Nossa! Vocês são do tempo do ICQ?" ... pois é!) mas ele me disse mais ou menos assim: "vamos nos encontrar sábado que preciso te contar um segredo".

    Pronto. Foi o suficiente para a ariana curiosa e desconfiada que habita em mim começar a matutar quinhentas mil possibilidades: "Que segredo seria esse? Será que ele é casado? Poxa, mas podia ter me falado ... somos amigos. Será que ele é gay? Poxa ... podia ter me falado também. Ele é meu amigo ... Ele tem um segredo!  Será que cometeu algum delito? Matou alguém? Nossa! Ele parece tão legal. Será que aguento até sábado? Mando mensagem e pergunto? Melhor não ... não temos tanta intimidade assim. Mas ele quer me contar um segredo ... bom, melhor esperar."

    O sábado finalmente chegou. Nos encontramos e fomos jantar (ou petiscar algo, não lembro). Nenhum indício de que começaria a tocar no assunto. Logo fomos para um barzinho (que depois virou um local especial pra gente, o Olivera). Ele cheio de papo ... mas nada de tocar no tema  do segredo.

    "Será que ele esqueceu? Se esqueceu não era assim tão importante. Mas, poxa vida!  É um segredo, não  qualquer coisa. Disfarço e pergunto? Melhor não. Deixa ele se sentir confortável pra contar."

    Papo vai, papo vem, fomos sentar numa praça próxima do bar. A gente fazia isso com muita frequência: saía dos bares e ficava papeando pelas praças de Madrid até chegar perto da hora de pegar meu ônibus para voltar pra casa (morava fora de Madrid).

    Até que, finalmente, ele começa o papo que eu tanto esperava:

    - "Então! Lembra que eu disse que tinha que te contar um segredo?"

    Fiz cara de 'nossa, nem lembrava mais disso' e respondi:

    - "Aham." Morrendo de vontade de dizer: "conta logo que faz dias que não durmo pensando nesse bendito segredo, criatura!".

    - "Pois é. Eu espero que tu não fique chateada comigo mas eu não fui totalmente sincero."

    "É casado, esse safado!" ... só pensei, não falei. Seguia muda escutando atentamente. Ao que ele prosseguiu:

    - "Meu nome não é Nicola"

    - "What? Oi?" ... "eu hein?! Depois de burro velho mentindo nome" ... comecei a ficar meio braba, mas ainda sem entender direito a história e dizendo todas essas frases somente mentalmente.

    - " Meu nome é  Nicolino".

    Caí na gargalhada. Não pelo nome (que sendo bem sincera não era um nome comum) mas acho que caí no riso foi por alívio mesmo.

    - "Ahhhhhh! Era isso?"

    - "Era ...", me respondeu meio sem entender a minha reação. "Estranha ela ...", deve de ter pensado.

       [Explico: quando marido nasceu, a princípio, o nome dele era para ser Nicola, em homenagem a um tio que havia falecido um pouco antes de seu nascimento. Mas - não me pergunte o motivo porque não sei - meu sogro quando foi registrá-lo o fez com o nome de Nicolino.
    Como desde o princípio era para ter sido Nicola  todos o chamavam assim: era Nicola no ambiente familiar, social e até mesmo no ambiente de trabalho (no crachá dele da empresa está escrito 'Nicola').
    Para mim ele seguiu sendo Nicola (vamos ser sinceros: é mais bonito Nicola que Nicolino ... kkkk, sorry amore!). Tanto acho isso que acabei dando este nome para meu filho. O que aqui na Itália acabou virando um problema para mim, porque tenho sempre que explicar "Nicola mio figlio" ou "Nicola mio marito". No Brasil era mais fácil: Nicolinha e Nicolão].

    Assim que naquele dia mesmo, depois de rir aliviada por alguns minutos, arregalei  meu "olhão de demônio" (apelido 'carinhoso' que ele deu para meu olhar fulminante) e disse:

    - "Ok. Mas se tem mais algum segredo, fale agora ou cale-se para sempre. Chega de sustos!"

2 comentários:

  1. HAUAHAUHAUHAUAHAUAHAU... Ainda bem que era só esse segredo. Seria uma decepção familiar se tivesse algum outro.
    Só uma pergunta, o que é ICQ??? (Sou jovem!)... hauahauahauahaua... que saudade dessa época, de vocês se conhecendo e eu pentelhando! De morarmos juntas e desbravarmos Madrid... ai, ai... que bom que as lembranças permanecem! Saudade! Amo vocês. Tu, o teu Nicola e o teu Nicolino!

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  2. Ahhhh que Delícia de lembrança,
    Bella! Eu lembro que acompanhava à distância essas aventuras, suas e da Carolzinha por Madrid. Que saudade desses tempos. Ahahah imagino o susto. Amei o segredo e amando mais essas faceira do Blog Tati e seus Nicolas👩‍❤️‍💋‍👨🤰🤱👩‍❤️‍💋‍👨🧒♥️♥️♥️
    Rose Mazza
    (Não aparece a opção da minha conta do Google aiaia)

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