Um TBT fixo na parede.

    Ainda temos muitas coisas pendentes com a casa: coisas para comprar, para arrumar, para trocar e para decorar.

    Ainda não colocamos nenhum quadro nas paredes. Nossos quadros são  muito especiais porque fazem parte da nossa história, de lugares que visitamos. Eles seguem conosco desde a nossa primeira mudança:  de Madrid para Roma quando foram entulhados um em cima do outro no carro; depois  a mudança de Roma para o Rio (dessa vez super organizada com empresa de mudanças, super bem embalados e protegidos); logo a mudança do Rio para Milão, onde vieram dentro das nossas 9 malas, embrulhados em toalhas e plástico bolha, rezando para que chegassem intactos; e a última mudança, de 4km, que viemos trazendo pouco a pouco nas troscentas viagens de carro que fizemos.

    O relógio de parede está apoiado no móvel improvisado que colocamos na entrada da casa. Nossos objetos decorativos (lembranças dos nossos passeios e viagens) estão trancados dentro do móvel da tv. Precisamos achar uma solução para nossos enfeites de geladeira (souvenirs que sempre compramos quando viajamos).

    Só alguns quadros pendurei no porão (o QG do Pequeno). Mas só fiz isso para aproveitar alguns pregos que já haviam na parede.

    Nossa sala é pequena (na verdade ela não é menor do que nossa sala de Roma e nem do Rio mas é bem menor do que nosso último apartamento de Monza). Não tive muita opção para a disposição dos móveis. E os móveis que eram ideais para a sala grande de antes agora ficam justinhos. Estamos ainda pensando numa solução para a tv (se deixá-la ali no móvel onde está ou fixá-la na parede) e queremos comprar um sofá um pouco menor (porque o nosso além de grande tá bem velhinho). Talvez a gente pense num móvel legal pra colocar na entrada de casa, tipo um aparador para apoiar coisas (chaves, telefone, etc) logo quando chegamos da rua.

    Enfim ... muitos planos, muitos projetos mas pouca grana pra fazer tudo ao mesmo tempo. Ao menos TUDO o que eu quero (que não necessariamente é TUDO o que o marido quer). Eu tenho alma de designer, faço cada projeto mentalmente de deixar muito decorador com inveja. Já marido é prático e minimalista.

    Mas tanto eu quanto o marido chegamos à conclusão de que ao menos os quadros temos que dar um jeito de colocar nas paredes, afinal já fazem quase oito meses que nos mudamos. Um pouco de vergonha na cara a gente precisa ter ...

    Temos uma paredona branca logo na entrada de casa (o local onde quero botar o móvel aparador) que emenda com a escada que vai para os quartos.

    Em todos os almoços e todas as jantas o nosso visual é essa paisagem branca/pálida/sem graça.

    Há tempos eu e marido viemos conversando sobre o que colocar ali. Como a parede é grande, os quadros que já temos e que são pequenos/médios, não ficariam legais. Marido pensou numa tela grandona, única, que ocupasse quase todo o espaço. Quem sabe uma tela/cópia do Guernica de Picasso? A gente gosta desse quadro (tem até uma história que escrevi aqui da primeira vez que Pequeno viu o quadro no Museu Reina Sofia de Madrid. Se você perdeu, clica aqui).

    Dei a ideia do marido pintar uma tela grandona. Ele tem o dom pra aquarela, já fez algumas pinturas que eu adoro. Mas sabe como os artistas são particulares, né?! Não quis.

    Então, pensei: por que não fazer telas com imagens dos lugares onde moramos? Representa muito a nossa história. E modéstia à parte, tenho fotos ótimas dos lugares onde moramos, paisagens que eu mesma fotografei (tipo essas fotos da nossa capa aqui do blog). Um dos meus hobbies favoritos, depois da escrita,  é a fotografia.

    Marido gostou da ideia. Logo, não dei muito tempo pra ele pensar. Busquei uma empresa que fazia esse tipo de trabalho (estampa de fotos em tela - porque queriamos tela, não quadro), aproveitei uma promoçãozinha que estava em vigor, paguei e pronto. Já era! Sem volta.

    Com um dia de antecedência nossas telas chegaram aqui em casa.

    Lindas! Eu estou apaixonada por elas.

    Tem a Plaza Mayor, um lugar lindo de Madrid e muito especial pra gente (aqui que eu e Nicolão nos conhecemos).

    Tem Roma representada  pelo Coliseu (Pequeno, que ama Roma gostou da tela). Tenho muitas fotos especiais de Roma. Mas acho que essa ficou ótima.

    Ah! A nossa amada Cidade Maravilhosa. Uma fotinho que tirei desde a terraça do Botafogo Praia Shopping, o quintal da nossa casa. De perto essa foi a tela que ficou com uma qualidade razoável, mas de longe ela ficou perfeita. Uma representação da vida no Rio: de longe, quando a gente vai só de turismo é a cidade perfeita; de perto, o dia-a-dia como morador é um pouco complicado. Mas eu amei! Até a imperfeição tem um significado pra gente.

    E um dos nossos lugares preferidos de Monza. Havia pensado na Villa Reale, igualmente bela, mas o Duomo di Monza, que estava completamente coberto por reformas logo que chegamos, é de uma beleza incrível  e um dos nossos lugares favoritos.

    Pensei em colocar junto um quadro com "..." (reticências). Pensando (e emanando para o Universo) o nosso próximo  futuro destino :)

    (Ouviu, Universo???)

    Mas, calma lá! Antes disso preciso dar uma organizada na casa, pagar a hipoteca e, na verdade, mais urgente do que tudo isso, é encontrar uma maneira de pendurar essas telas alinhadas, retinhas, perfeitas na parede. Isso será tarefa para os Nicola's.

    Aguardemos cenas dos próximos capítulos ...