E o Ano Novo, como foi?

    Há alguns meses que pensávamos na nossa Virada de Ano. A primeira ideia, lá por outubro, era a de passar o reveillón em Madri. Mas esse nosso destino dependia, também, do destino da Carol e do Renan (a dinda do Pequeno e o Sr. seu marido).

    Eles vieram literalmente de mala e cuia aqui para a Europa. Ficaram 1 mês aqui conosco (se você perdeu este post, clica aqui). Depois foram para a Espanha, para dar entrada no pedido de visto de nômade digital. Porém o visto foi negado e (olha só o destino!) eles foram parar no primeiro lugar que colocaram os pés aqui na Europa, que não era o desejo de destino deles mas que acabou os acolhendo lindamente (e esse "lindamente" vocês vão entender melhor só lá pro final do post, já aviso!).

    A única certeza que eu e meus Nicola's tínhamos era a de que passaríamos a Virada de Ano com eles. E assim foi.

    Chegamos em Lisboa durante a noite no dia 30 de dezembro, cheios de saudade, ansiosos para vê-los e matarmos a saudade da terrinha do ora pois!

    Eu e marido havíamos estado em Lisboa em outubro de 2006. Morávamos em Madri e minha amiga Ana foi nos visitar. Aproveitamos que de Madri para Lisboa era uma viagem de mais ou menos 6 horas de carro e fizemos um bate-volta à terra do Fado. Tão rapidinho que nem deu tempo de conhecer muito da cidade. Pequeno não estava nem nos nossos planos nesse momento ...

2006
2025

    Quase 19 anos depois lá estávamos nós novamente, dessa vez com a família completa ... e nem imaginávamos que a da Carolzita também.

    No dia seguinte a nossa chegada passeamos bastante pela orla de onde eles estão morando, um lugar lindo, com uma paisagem daquelas, um solzinho bem delicioso. Pra eles estava até frio mas pra gente que vinha do Norte da Itália, era quase uma primavera. Deu até pra degustar uma caipirinha gigante no restaurante da beira da praia (a danada da caipira que rendeu aquela dorzinha persistente de cabeça que durou até a virada de ano).

    À noite, na ceia de Ano Novo, degustamos os quitutes que a Carol fez (uma delícia!), comemos nossa lentilha (imagina se não), cansamos de beber vinho e uns minutinhos antes da meia noite, pegamos nossas taças, espumantes e fomos pra beira da praia, pra ver fogos e pular as sete ondas. Me senti quase no Rio, não fosse pelos casacos, botas e a calmaria do lugar (sem aquele estresse de se preocupar com arrastões).

    Não fomos os únicos: tinha bastante gente na praia, entre portugueses e brasileiros. Alguns levaram fogos e entre os fogos dos nossos vizinhos de areia e os fogos espalhados por Lisboa, foi lindo de se ver. Uma vibe boa, uma maneira especial de iniciar o ano. Pra mim já bastava o fato de estarmos com eles. Aquela atmosfera toda foi um plus.

    Eu não tive a coragem que eles tiveram e pulei as 7 ondas de botas (será que dá  azar?). Ainda ficamos um tempinho pela praia. Tinha um DJ animando a galera. Voltamos pra casa da Carol em tempo de comer as uvas e separarmos os grãozinhos de romã.

2016 reveillón no Rio de Janeiro
2025 reveillón em Lisboa
... e a coluna do Renan que siga lutando ...             

    O dia seguinte óbvio que foi de ressaca ... mas todos os outros dias até a nossa partida foram de boa companhia, passeios por aquela terra linda (eu moraria por lá tranquilamente), revisitando os lugares de Lisboa que já conhecíamos e vendo pela primeira vez tantos outros.

 

    Me esbaldei comendo pastéis de nata, churros, coxinha ... tinha até arroz e feijão que acabei nem provando, acredita?

Bem ... parece ser que alguém mais 'enfiou o pé na jaca'

    Demos um pulinho em Caiscais (outra cidade que amei) onde, por acaso, encontrei com uma amiga lá da época do Rio de Janeiro que mora por ali agora.

    Paisagens lindas, com uma natureza exuberante, pessoas agradáveis. Foi até engraçado no dia em que fomos ao supermercado, a moça do caixa nos atendeu tão sorridente, foi tão amável e tão simpática, que quando saímos do mercado, Pequeno disse:

    - "Nossa! Tô até de bom humor agora!".

    E nem tinha como não ficar de bom humor.

    Bom ... até teve: quando perdi 3 cartelas de remédios. Eu tinha jurado que as tinha colocado na mochila, no último dia. Mas à noite quando fui tomar meus remédios ... ops! Lá não estavam. Fiquei de mau humor mesmo, sobretudo porque uma cartela era novinha, cheia de remédio. E era daquelas que aqui na Itália precisam de receita para comprar ... só pensava na chatice de ter que ficar ligando pra médico no início do ano. (Sim! Eu me estresso por antecedência!). Mas no final nem precisei ligar pra médico porque tinha em casa uma receita ainda válida.

    Pois é ... num dia a gente é jovem, no outro se estressa na viagem porque perdeu os remédios ... fazer o quê?!

    Infelzmente chegou o dia de voltar pra casa. Por que tudo que é bom passa sempre voando?

    Mas voltamos renovados, felizes, com o coração cheio de felicidade pelos dias que passamos com Carolzita e com o Renan.

    Ainda deu uma confusãozinha no aeroporto, bati boca com a moça da empresa aérea, vôo atrasou, enfim ... aquele barraco que a gente faz quando a companhia aérea é uma bosta  droga (perceberam que sigo com raiva?).

    Já em casa, estávamos eu e marido atirados no sofá, à tarde, curtindo uma ressaquinha pós viagem. Marido no quinto dos sonos e eu vendo a tv sem prestar atenção nela. Toca meu celular.

    Era uma vídeochamada da Carol e o Renan:

    -"Oi, xexelenta! Tudo bem? Como foi de viagem? ... olha só! Vocês esqueceram uma coisa aqui em casa, te mandei um vídeo aí, olha no Whats!"

    Fiquei sem entender direito mas logo pensei: "Carol achou meu remédio"!

    Abri o vídeo e fiquei com as ideias um pouco embaralhadas. E que raiva! Estava sem óculos e não conseguia ler direito o que estava escrito.

    E foi então que tive a certeza daquela sensação boa que senti lá na praia na noite de reveillón: 2025 será surpreendentemente lindo!

    Eu só sabia dizer:

    - "Meus Deus! Acorda, Nicola! Acorda! Tu não vai acreditar!"

    Foi uma grande surpresa. Não imaginávamos que Carol poderia estar grávida (e nem ela, pela quantidade de vinho que bebeu no Ano Novo!)😅. Até brinquei com eles quando passamos ao lado de uma escola que fica muito próximo à casa deles:

    - "Oh! Pode trazer o bambino aqui!".

    E eu nem imaginava que o bambino (ou bambina) já estava a caminho.

    Carol sempre dizia  que não queria ser mãe porque não sentia o tal do "instinto materno". Eu sempre sorria dizendo que o meu estava procurando até hoje ...

    O danado do instinto materno (aquele que a Carol dizia que nem tinha)  fez com que ela não bebesse mais depois do Ano Novo. Disse que estava com umas cólicas instestinais e que provavelmente era o estômago reclamando das intolerâncias. A verdade é que eu também estava meio regular do estômago, desde aquela caipira lá na praia. Me rendeu uma dorzinha persistente de cabeça. Por isso nem imaginava que Carol poderia estar grávida. Se ela tivesse comentado comigo da mínima possibilidade de gravidez  teria ido conhecer um outro ponto que não conheci em Lisboa: uma farmácia.

    Mas o fato é que ficamos muito, MUITO, super, mega felizes com a surpresa!

    Em 2025, além do baby da Carol, nascerão a bebê do Binho, meu sobrinho que mora em Osório (a segunda baby dele)  e o bebê da Lu, minha sobrinha que mora no Canadá (e este será o terceiro baby dela). Eu sei que pode nem parecer mas eu serei tia-avó (um soco no olho de quem fizer gracinha!) pela sétima vez.

    Reza a lenda que se eu for passar o Natal no Brasil em 2025 uma mala será apenas de presentes para sobrinhos-netos ... e eu vou amar se isso acontecer!!!

    Eu não sei o de vocês mas o meu 2025 vai ser fantástico!

Nós 6 brindando 2025 💗💙