Um Direito ou um Dever?

    Esqueci de contar. No início de junho tive uma primeira experiência aqui na Itália: votei pela primeira vez.

    Como new cittadina italiana (se perdeu essa história a contei aqui), exerci meu direito ao voto pela primeira vez.

    Aqui na Itália votar é um direito e não um dever.

    Eu, sinceramente, vivendo as duas experiências, não sei dizer qual prefiro: se votar porque sou obrigada ou votar simplesmente porque é meu direito como cidadã.

    Aliás, fiquei super decepcionada porque minha primeira experiência como eleitora foi em um referendum, que acabou não atingindo a quota mínima de votantes ... e não deu em nada.

    As pessoas (principalmente as mais jovens) não tem consciência do poder que elas tem em suas schede elettorali (títulos de eleitor).  E muito menos o quão responsáveis são com relação ao futuro do país. 

    Acho que independentemente de país ou  sistema politico, as pessoas estão é descrentes mesmo. Uma pena!

    O fato curioso dessa jornada ficou por conta do título de eleitor. Em tempos modernos e  tecnológicos de chips e apps, aqui ainda se vota da velha maneira. O título de eleitor  é um papel, que na verdade mais parece esses cartões promocionais de bares/cafeterias: 'compre dez cafés e ganhe 1'. Cada vez que a gente vota ganha um selinho (timbro). E quando enche a cartela ... bingo! Mentira.  Só troca por outra cartela mesmo :)

    Ah! Outro detalhe, nas seções eleitorais as mesas de votação  são divididas entre uomini e donne (homens e mulheres).

    Você chega na sua seção, apresenta seu título e documento de identificação com foto. Os mesários te dão a(s) cédula(s) eleitoral(ais). Você entra numa cabine fechada com cortininha e vota ... com lápis (????) que, dizem, é indelével. Depois dobra as cédulas eleitorais (e elas tem um jeito correto (indicado) para serem dobradas) e logo as colocamos dentro das urnas. E pronto. Vai embora. Não precisa assinar nada.

    Gostei dessa primeira experiência, embora estivesse um pouco nervosa com a dobradura das cédulas (como disse, tem uma maneira exata de dobrar e as folhas eram grandes). E aiiiiii de quem dobrar os trecos errado ...

    Votei mais rápido do que o marido. Votamos na mesma sessão mas cada um no seu cantinho. Lembra que falei que separam homens e mulheres? (o voto passou a ser um direito adquirido pelas mulheres aqui na Itália somente em 1946 - no Brasil foi em 1932).

    Eu nem sei quando serão as próximas eleições por aqui. Mas já estou doida pra votar de novo :)  ... e, talvez, quem sabe, leve no bolso uma borracha, só pra testar se o lápis não apaga mesmo.

    Não importa a nacionalidade ... sigo desconfiada nas duas pátrias ... indelével ... eu, hein?! Só acredito apagando  vendo ...

na próxima seremos eu e meus Nicola's  ... dessa vez foi Nicola no singular


2 comentários:

  1. Deve ser muito bom voltar ao passado.... Até a próxima eleição com os Nicola's. (Janete)

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    1. Pois é, amiga! Voltei no tempo quase uns 30 anos, quando votei pela primeira vez no Brasil :)
      Bjão!

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