Tenho que continuar contando "causos" de Capistrello City.
Nesse finde fiquei sabendo de uma dos sobrinhos que é história digna de estar aqui no blog.
Minha sogra, como típica senhora italiana, tem uma cantina. A cantina, como quase sempre, é uma peça a parte da casa. A distância do a parte depende do quão grande é a casa . No caso da minha sogra, a cantina fica fora da casa (e ela é conservada com muito carinho porque quem a construiu foi o avô do meu marido, ou seja, o pai da minha sogra).
Na cantina minha sogra cozinha de tudo, faz pasta, frita comida (porque pra ela é o fim da picada fritar coisas na cozinha de dentro de casa - que normalmente é usada somente pra aquecer comida), guarda mantimentos, é onde ela tem o freezer, tem também uma geladeira extra, etc.
A cantina também é o lugar preferido de alguns sobrinhos. Sendo uma peça fora da casa (e onde eles ficam fora do alcance dos olhos adultos), é o local preferido pra inventar coisas, jogos, dar rendas soltas à super imaginação que qualquer pestinha tem.
Como eles já aprontaram mil e umas por lá, minha sogra proibiu a entrada deles na cantina. Ou seja, os sobrinhos são personas non gratas naquele local. E, quando eles estão por lá, a sogra tranca a cantina com chave e, na dúvida, a chave fica sempre no bolso do avental (que minha sogra sempre veste).
Pois bem ...
... dia desses, 3 dos 7 pestinhas (netos) estavam por lá. Em determinado momento decidiram brincar fora de casa. Provavelmente minha sogra deve de ter pensado algo como: "tudo bem, assim não fazem bagunça dentro de casa".
Os pestes, que já tinham um plano mirabolante muito bem arquitetado, saíram com a desculpa de brincar fora somente pra despistar a pobre da nonna.
O sobrinho mais velho, de 12 anos, pegou o sobrinho de 8 anos na "cacunda" e, assim, o pequeno conseguiu abrir e entrar pela janela lateral da cantina (que até então tinha passado totalmente desapercebida aos olhos de todos nós adultos). Assim, uma vez dentro da cantina, o pivete de 8 anos destrancou a porta. Certificando-se de que a barra estava limpa (ou o mesmo: que a nonna não tinha visto nada), entraram os 3 (o pivete de 8, o de 12 e a piveta de 9) dentro da cantina e fecharam a porta.
Resolveram, então, fazer uma 'sessão de espíritos' (sim, as crianças-católicas-apostólicas-capistrellanas-italianas também brincam de falar com espíritos). Pra criar um clima, resolveram pegar todas as velas que a nonna tinha guardado na cantina (pra quando faltasse luz).
Ok. Velas em mãos ... mas como fazer para acendê-las? Algum dos 3 'gênios' (que ainda não descobrimos, porque um fica botando a culpa no outro), teve a brilhante idéia de acender o fogão e, com o fogo do fogão, acendar as velas.
Ligaram o gás (que minha sogra, por questão de segurança, deixa desligado), acenderam o fogo e, felizes, acenderam TODAS as velas.
Velas acesas, simbora 'brincar de espírito'.
A brincadeira deve de ter sido boa, porque devem de ter demorado bastante pois a sogra sentiu falta dos pestes. E, com experiência no assunto, se deu por conta de que silêncio demais tem que se desconfiar. E saiu em busca dos pestes.
Fora, no quintal de casa, não encontrou ninguém. Mas escutou risadas que vinham da cantina.
Chegando perto da cantina, além de escutar gargalhadas, sentiu algo que fez com que seu coração disparasse: um cheiro de gás tremendo. Ao abrir a porta e se deparar com a cantina cheia de vela acesa, minha sogra quase teve um troço.
Os pestes simplesmente esqueceram de desligar direitinho o fogão e o gás saiu feito água. O cheiro de gás era fortíssimo. Minha sogra até agora não se explica como não tenham se intoxicado com o cheiro ... ou como não tenham explodido o quarteirão inteiro.
Imagino como tenha sido a bronca que tenham levado, porque um dos sobrinhos, que sempre ri das bagunças e sempre tira sarro das brigas da nonna, foi implorar para que ela não contasse nada para os pais. Imagina ...
Minha sogra, naquela noite, não conseguiu dormir pensando somente nos pestes que tinham escapado de um tremendo susto ou, usando as palavras da sogra, uma tragédia.
Papai e os 2 irmãos nunca tiveram esta idéia brilhante ... nunca viram a janela da cantina como um obstáculo a ser superado.
É a evolução da espécie!
Guria que susto grande! Vai te preparando que daqui a pouco é o teu filhote junto com os primos a fazer "arte" hehehe!
ResponderExcluirOutra coisa, aqui em casa também não rola nunca nada frito e pensei que fosse só mania do Antô rsssss! Tu não imagina a saudade que eu tenho de pastel mas falta só 7 dias eeeeeeeeeeeeeeee! Beijos
Pivetes??? Achei que ai não tinha. Hahahah
ResponderExcluirQue legal: cantina...
Aiaiaiai... cantina chaveada com a presença dos sobrinhos: chiiiiiiiii
Por isso que o Pequeno já fez o plano mirabolente do xixi no quarto. Vem de família italiana...
A nonna é experiente: "silêncio demais tem que se desconfiar".
Que perigo!!!!!!!!
A evolução da espécie será o Pequeno Nicola... se preparem amigos.
Hoje esqueceu da contagem regressiva????
Faltam 11 dias...
Nossa!!!! Que bela evolução da espécie!!! É bem isso, nunca ninguém percebe "certas facilidades", quando não está de espírito armado pra isso... Na época do teu Nicola, o tal "respeito" aos mais velhos era levado à sério... Hoje em dia..Prefiro nem comentar. Eu que o diga ahahahahaha
ResponderExcluirAdorei! Quer dizer, não sei se adorei é a palavra certa. GRaças á Deus, não ocorreu a "tragédia", Deus protege as crianças e as nonnas rsrsr
Bacciones bella!! tadinha da nonna! Que sustoooooooooo
Rose Mazza