- "Sabe hoje quando estávamos no supermercado e tava tocando aquela música?", perguntou ele enquanto jantávamos.
- "Chiii ... não lembro de música nenhuma no supermercado."
A verdade é que não ouvi música nenhuma mesmo. Estava mais preocupada em escolher o vinho daquela noite, pegar as coisas que estavam faltando da lista de compras e sair o antes possível dali (odeio supermercados!).
- "Ai! Aquela música assim: 'na na na na na na na nãaaa, na na na na na na no Galeão' ...", insistiu ele.
- "Nossa! Não sei mesmo que música é essa ..."
Ele insistiu, durante um bom tempo. Se esforçou nos "na na na na nãs", procurou se aproximar ao máximo ao ritmo da música. E me olhava com cara de "nossa! Como tu não sabe que música é essa?".
Fiz um esforço sobrenatural pra tentar entender, descobrir e traduzir toda aquela misturança. Quando ele falou que a música poderia ser do Toquinho, foquei nas canções dele, coloquei o ouvido pra trabalhar, pra tentar entender o ritmo dos "nãs". E, entre um gole de vinho e outro, um pedacinho de queijo e de prosciutto, tive apenas uma opção.
Busquei no Youtube o vídeo da música e ... não é que era aquela mesmo?
Tarde em Itapuã. Como não descobri antes? Óbvio que aquele monte de "nãs" fazia parte do "Passar a tarde em Itapuã ...". Ok, o "Galeão" entrou de metido na história ... mas sabe como é gringo ... se confunde com os sons nasais. Itapuã e Galeão, basicamente a mesma coisa.
E ... não. Esta não é uma crônica do Pequeno. Mas sim do pai dele ... meu outro Nicola.
O que seria de mim sem eles? Rendendo bons "causos" para nosso blog.
Independente das dificuldades do idioma, bom gosto musical é universal.
ResponderExcluirBjs.
TioBeto_57