Pequenices ... de junho.

- "Ow, mãe! Tu sabia que um dia eu fui um espermatozoide?"

Em Ciências eles estudaram aparelho reprodutor. Já estava preparada psicologicamente para perguntas do tipo e até achei que elas estavam demorando para aparecer.

- "Na verdade, tu foi a união entre um espermatozoide e um óvulo. Espermatozoide correu, chegou no óvulo, entrou nele e ... pá ...  fecundou."

- "É. Na verdade eu fui um espermatozoide e um óvulo."

E seguiu:

- "Quando eu era um bebê dentro da tua barriga eu era muito feio. Parecia um ET! A gente primeiro parece uma coisa, sei lá, com uma forma estranha, depois vai crescendo, fica que nem tamanho de grão de arroz, depois ervilha, daí cresce, cresce, cresce e nasce."

- "É."

- "Por que tu não quis parto normal?"

- "Eu queria parto normal."

- "Ahhh, é verdade! Eu é que tava do avesso, né?!"

- "Do avesso não,  menino. Tu estava encaixado ao contrário, sentado."

- "É. Tava lá bem de boa, sentadão ..."

Cabecinha acelerada em pensamentos. Essa matéria ainda vai render muitas histórias ...


-----------------------------------------------------------------

- "O Murilo tem quantos anos?" - Murilo, Lilo para os íntimos, primo do Pequeno.

- "14 anos".

- "Nossa! Que sorte que ele tem. Já passou da fase da puberdade ..."

Eu mereço.

------------------------------------------------------------------

- "Ow, mãe! Meu amigo falou que tem umas coisinhas, tipo barba aqui no meu rosto."

- "Não é verdade. Sossega o facho que não tem nada aí ainda."

- "Ahhhh, eu queria já estar na puberdade. Ter pelinho no sovaco, essas coisas. Não que eu não goste da minha infância ... não é isso. Mas eu já queria entrar na adolescência."

Ah, rapaz! Não tenha pressa.

------------------------------------------------------------------

Exames recentes indicam que, infelizmente, muito provavelmente, Pequeno tenha herdado de mim - que, por minha vez, herdei de minha mãe - uma doença congênita: a hipercolesterolemia familiar. Nomezinho difícil que basicamente significa colesterol alto de herança genética. No meu caso, já faço tratamento com medicamentos que os terei como companhia para o resto da vida ( e resto da vida é muito tempo). Não afeta basicamente nada na minha rotina (como e bebo tudo o que quero - dentro de um certo limite saudável, óbvio),  afeta apenas no bolso mesmo, porque o treco é caro pra caramba.

Pois bem, Pequeno fez exames e já demonstrou índices altos de colesterol para a idade dele e um dos exames pedidos indica que ele tem grande probabilidade de padecer a hipercolesterolemia. Mas, por enquanto, nada fora do controle. Uma dieta balanceada pode ser uma boa aliada.

Mas fiquei neurótica com a alimentação do menino. Pequeno, em geral, se alimenta bem. Tem comido bastante, come verduras, frutas, arroz, feijão, ovo, leite ... aqui em casa não tem essa história de "não gosto". Primeiro precisa provar para, logo, decidir se gosta mesmo ou não. Mas Pequeno adora doce, biscoitos, croissant de lanche antes da natação (papai é coração mole e libera geral)  e chocolate é o seu ponto fraco.

De uns tempos pra cá, tenho tentado tirar certas coisas da sua alimentação. Tipo o leite e biscoito de todas as manhãs (e, de vez em quando, à noite também).

- "Vamos trocar essas porcarias por um leitinho, pãozinho integral com queijo, frutinhas ... e antes da natação nada de porcaria. Come fruta. Se não tiver fruta, não come nada."

- "Como assim, meu leite e biscoito? Por quê?"

- "Porque sim. Porque eu não quero que tu fique doente, dependendo de remédio para controlar essa droga de colesterol."

- "Mas mãe ... eu sou uma criança!"

- "Crianças também ficam doentes."

Alguns segundos de pausa e ele disse meio furioso:

- "Então agora preciso ficar sarado, ser fitness, parar de comer carne e virar vegano que nem a Dinda?"

Ah, pois! Quem sabe?! Antes de ser "sarado" eu prefiro que seja saudável. Isso sim, com ou sem biscoito ele é muito do exagerado ...


Um comentário:

Deixa um recadinho pra gente aqui, vai!

Good News.

     Esse, mais do que um post, é uma declaração de sentimentos. Muitos, muitos sentimentos ... talvez nem caibam todos aqui.     Ele já dev...