- "Eu passei! Passei! Uhul! Eu já sabia!", passou ele gritando pela secretaria da escola.
Eu estava lá dentro, esperando por ele, que havia ido até a sala de aula, no último dia, para pegar o resultado.
Quando cheguei na frente da escola (saí correndo atrás dele) ele já estava fazendo selfie com um dos funcionários da escola, um amigão flamenguista que diz torcer pro Grêmio só por causa dele.
Sentamos para ver com calma as provas e analisar o boletim. Notas ótimas, excelentes, aliás. Nunca duvidei da aprovação, apesar de neste último ano termos tido brigas sérias por conta dos estudos, mais que nada, por conta da preguiça dele para estudar. O danado é inteligentinho pra caramba, mas preguiçoso pra fazer os deveres. Precisei ficar em cima para controlar o que deveria ser feito. Discutimos, brigamos, muitas vezes ele ficou de castigo. E aí vinham as provas e o danado tirava notas ótimas.
- "Filho da mãe!", pensei inúmeras vezes.
Os olhinhos dele brilhavam de felicidade. Um sorriso largo no rosto. Uma sensação de alívio. E um pedido. Na verdade dois:
- "Agora que saíram as notas - e eu passei - posso chegar em casa e jogar no Xbox?"
E seguiu:
- "Vamos almoçar no Mc Donalds?"
Tive que responder sim para as duas.
Esse ano escolar foi complicado para nós 3. Tanto eu quanto o marido (mais eu do que ele, tenho que ser sincera!), participamos ativamente da rotina de estudos do Pequeno. A escola dele é puxada, bem puxada, exige estudos diários, conteúdos diários, dedicação, atenção e esforço. Aliás, puxada demais para meu gosto. Não o ajudamos. O orientamos e que se vire sozinho, mas sempre sob nosso controle.
Conversando com mães de outras escolas chegamos à conclusão de que hoje em dia as escolas andam exigindo muito dos pequenos e dos pais também. Muitas vezes, sem o apoio em casa fica difícil. Acho triste as crianças chegarem a chorar de esgotamento. Foi o que aconteceu esse ano com Pequeno.
Mas, enfim ... não é este o tema principal deste post. Metodologia, didática e rotina escolar fica para um próximo post.
Chegamos no Mc e ele definitivamente abandonou a ideia do Mc Lanche Feliz. Já está pequeno demais pra ele. Apesar de ainda se empolgar com os brinquedos do "brinde", já se deu por conta de que aquele lanche era pequenino demais para o seu estômago de pré-adolescente. Pediu um menu gigante, que quase não cabia na sua boca, daqueles novos, cheios de carne, queijo, picles, bacon, tomate ... apesar de ele detestar picles, bacon e tomate (filho da mãe!) comeu todo o lanche sem reclamar e ainda o elogiou como "delicioso".
P.S.1: Sim! Teve uma vez na minha vida de 'pré mãe' que eu achava um absurdo levar as crianças no Mc e jurei de pé junto que jamais levaria meu filho nesse tipo de restaurante. Bom, os pés não deveriam estar muito juntos, pois eu até tentei, mas não deu pra seguir o juramento.
P.S.2: E por que não pedi o sanduíche dele sem picles, sem bacon, sem tomate? Faça-me o favor ... "tá no inferno, abraça o capeta!", ora bolas.
Pequeno bateu papo - mais do que o normal -, contou histórias - mais do que o normal -, agradeceu por tê-lo levado ao Mc depois de tanto tempo. Aproveitei a oportunidade para conversar com ele sobre a importância de nos dedicarmos ao estudos, do quanto era boa essa sensação de dever cumprido (literalmente!), da delícia de sentir-se em férias ao invés de estar estudando para as provas de recuperação, do quanto eu sabia que ele era capaz de ir bem, do quanto era importante deixar a preguiça de lado e dar o melhor de si. Ele concordava com tudo, enquanto limpava a boca com o guardanapo todo amarrotado.
Perguntou se eu estava feliz. Disse que estava feliz e orgulhosa. Ele me deu um beijo, fez um carinhosinho na mão e seguimos para casa.
- "Foi um dia perfeito!", disse ele. Apesar de ainda estarmos na metade do dia.
Logo quis chegar em casa e ligar para o vô e a vó. Fez questão de dizer a nota de cada matéria. A vó o felicitou e disse que "já sabia". O vô se encheu de orgulho.
Devido ao fuso horário só conseguimos ligar pra nonna no dia seguinte. Ela, igualmente, se disse orgulhosa e o encheu de elogios.
- "Como é bom fazer as pessoas felizes, né mãe?!"
- "Melhor ainda é a gente ficar feliz consigo, com as nossas atitudes e os resultados que obtemos em função disso."
- "É."
- "É.
- "Mãe! Posso jogar no Xbox?"
Acho que essa será a frase que mais irei ouvir ... até 5 de fevereiro, quando inicia tudo novamente.
Parabéns ao Nicolinha, por mais esta conquista e aos Pais, que sabem bem orientar.
ResponderExcluirAgora é curtir as férias.
Renato Fraga
OIM - OMB
Eu já sabia!
ResponderExcluirParabéns e venham logo!
Beijos. Fiquem com Deus.
Tio Beto_58